A queda da máscara pelo não dito no discurso linguístico: Pacheco, segundo o ato perlocutivo de Fradique Mendes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v47i3.1976

Palavras-chave:

atos de fala, carta Ao Sr. E. Mollinet, linguagem

Resumo

A estrutura de um texto direciona a sua leitura, pois ele é uma trama cujos fios se laçam e vão formando um desenho. A carta Ao Sr. E. Mollinet, na Correspondência de Fradique Mendes, de Eça de Queiroz (s/d), instiga o leitor a procurar teóricos e teorias. A nossa escolha recaiu em Austin (1962) e Searle (1969). Suas obras How to do things with words e Speech acts, respectivamente, foram os olhares e a teoria direcionados para a leitura da referida carta, que nos permitiu desmascará-la pelo não dito do discurso linguístico, segundo a Teoria dos Atos de Fala. O texto de Austin consta de doze leituras que enfatizam os verbos performativos e constatativos; os atos locucionários e perlocucionários presentes na linguagem ordinária, fundamentados na filosofia britânica analítica. Parece-nos ser a ideia de que a linguagem deve ser tratada essencialmente como fonte de ação e não representação da realidade. “Eu casualmente conheci Pacheco”, é o texto gerador da carta de Fradique Mendes, resposta ao Sr. E. Mollinet. Aí começam os primeiros traços da máscara de Pacheco, tão bem estruturada pelos atos performativos. Segundo Searle (1969, p. 16), “tomar o texto como uma mensagem, é tomá-lo como um texto produzido ou emitido.”.

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Biografia do Autor

Nelyse Apparecida Melro Salzedas, UNESP/Bauru

Graduada em Letras Neolatinas, pela PUC/São Paulo, 1952; doutora em Literatura, pela USP, 1973; livre-docente em Teoria Literária, pela UNESP/Assis, 1983; professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UNESP/Bauru, onde orienta alunos de mestrado e doutorado. Tem extensa experiência na área das Artes, com ênfase em Comunicação, Linguística e Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: artes, comunicação, leitura de textos verbais e não-verbais, e no campo da linguagem. O link para seu currículo Lattes é http://lattes.cnpq.br/2209143767198382.

Rivaldo Alfredo Paccola, UFVJM/Diamantina

Graduado em Letras pela ITE/Botucatu, 1974; em Pedagogia, pela UNIFAC/Botucatu, 1992; mestre em Comunicação pela UNESP/Bauru, 2002; doutor em Educação pela UNESP/Marília, 2012; Professor Adjunto da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da UFVJM/Diamantina, a partir de 2013; membro titular dos Programas de Pós-Graduação em Educação, e Ensino em Saúde da UFVJM, onde orienta alunos de mestrado. Tem experiência na área de Educação, atuando com os seguintes temas: princípios da educação e seus processos sócio-históricos; leitura; texto-imagem; cinema e imaginário; comunicação. O link para o currículo Lattes é http://lattes.cnpq.br/1039421006825500

Referências

AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: At The Clarendon Press, 1962.

AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer. Tradução de Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

DUCROT, O. Dire et ne pas dire. Paris: Hermann, 1972.

QUEIROZ, E. Obras Completas. v. II. Porto: Lello & Irmão Editores, s/d.

SAUSSURE, F. de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1969.

SEARLE, J. R. Speech Acts: an essay in the philosophy of language. Cambridge: At The University Press, 1969.

SOUZA FILHO, D. M. A filosofia da linguagem de J. L. Austin. In: AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer. Tradução de Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

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Publicado

17-10-2018

Como Citar

Salzedas, N. A. M., & Paccola, R. A. (2018). A queda da máscara pelo não dito no discurso linguístico: Pacheco, segundo o ato perlocutivo de Fradique Mendes. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 47(3), 660–674. https://doi.org/10.21165/el.v47i3.1976

Edição

Seção

Análise do Discurso