Lucidez poética em Ave, Palavra, de Guimarães Rosa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v47i3.1954

Palavras-chave:

poesia moderna, Guimarães Rosa, poesia de convergência

Resumo

O presente trabalho propõe uma leitura de composições poéticas de João Guimarães Rosa publicadas no livro híbrido Ave, Palavra (1970). Partimos da perspectiva de que os poemas rosianos filiam-se ao que Octavio Paz (1993) denominou de “poesia de convergência”, herança do diálogo entre dois extremos advindos da produção romântica, a analogia e a ironia. Atendo-nos à tendência nomeada como ironia, destacamos, dentre as produções do referido livro, quatro composições que promovem a sondagem da criação literária. Como método de análise, serão feitas aproximações dos poemas com outras obras do autor e com demais textos de Guimarães Rosa que sondam o fazer literário, como a entrevista dada pelo artista a Günter Lorenz (1973), as correspondências trocadas com seu tradutor italiano Edoardo Bizzarri (1980) e trechos de prefácios que compõem Tutameia (ROSA, 1976). A leitura, portanto, busca analisar como tais questões que inquietaram Rosa se realizam em suas composições em verso, ora a partir de narrativas embrionárias, alegóricas, ora valendo-se de composições de tom mais lírico, trazendo à tona imagens recorrentes em suas produções, evidenciando que suas poesias não são um mero acidente, mas compõem o projeto estético do autor.

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Biografia do Autor

Érica Alves Rossi, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Câmpus Três Lagoas

Mestre em Estudos Literários pela UNESP - Araraquara. Doutoranda em Estudos Literários pela UFMS - Três Lagoas. Integra o quadro permanente de professores do IFSP - Câmpus de Birigui.

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Publicado

17-10-2018

Como Citar

Rossi, Érica A. (2018). Lucidez poética em Ave, Palavra, de Guimarães Rosa. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 47(3), 809–823. https://doi.org/10.21165/el.v47i3.1954

Edição

Seção

Literatura Brasileira