Escravidão e loucura: uma leitura do conto "A escrava", de Maria Firmina dos Reis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v46i3.1695

Palavras-chave:

mulher negra, escrava, loucura

Resumo

Este trabalho se refere a um estudo sobre o conto “A Escrava”, da escritora brasileira Maria Firmina dos Reis, publicado na Revista Maranhense (1887:1 nº 3), o qual aborda a problemática da discriminação racial em nosso país, ainda na época da escravidão. São três as categorias de vozes do discurso no conto: a voz dos escravocratas, na qual aparece a figura do senhor; a voz dos abolicionistas, em que aparece a senhora, a narradora inicial; e a voz da escravizada, que é Joana, a escrava. Há, no conto, a falta de acordo entre o discurso religioso de igualdade/solidariedade e as vozes do discurso de relação de poder entre senhores e escravizados. O objetivo do trabalho é analisar as metáforas da desumanização: a figura do negro que fala da África, que só se enxerga livre quando olha para o passado vivido nas terras africanas. A abordagem está inserida no quadro teórico-metodológico da metáfora da alienação de Frantz Fanon, na qual a insanidade se revela como uma consequência do processo colonial.

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Biografia do Autor

José Gomes Pereira, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Dourados, Mato Grosso do Sul

Sou graduado no Curso Superior de Letras - Licenciatura Plena, pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Atualmente sou estudante de mestrado, área de interesse: Literatura Brasileira, pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Meu foco de trabalho é sobre o papel do negro na Literatura Brasileira.

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Publicado

21-11-2017

Como Citar

Pereira, J. G. (2017). Escravidão e loucura: uma leitura do conto "A escrava", de Maria Firmina dos Reis. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 46(3), 1134–1144. https://doi.org/10.21165/el.v46i3.1695

Edição

Seção

Literatura Brasileira