A sororidade no ciberespaço: laços feministas em militância

Autores

  • Dantielli Assumpção Garcia Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil
  • Lucília Maria Abrahão e Sousa Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Marcha das Vadias, mulher, zine, sororidade, militância

Resumo

Este trabalho objetiva, a partir da perspectiva teórica da Análise de Discurso de linha francesa, analisar o zine Reajá, produzido pelo coletivo da Marcha das Vadias de Campinas. Almejamos perceber como um dizer sobre a mulher e sobre suas relações com outras mulheres ganha sentido na sociedade e passa a circular no ciberespaço. Analisando como a noção de “sororidade” significa no zine, refletiremos como os laços feministas são formulados e circulam na sociedade contemporânea e na rede, buscando romper com dizeres já estabilizados na memória da sociedade sobre o que é e não é ser mulher. Além disso, pretendemos refl etir sobre o modo como é materializada discursivamente a cibermilitância, norteando reivindicações, protestos, furando os discursos legitimados como dominantes e produzindo um outro discurso sobre/da mulher e suas relações de sororidade.

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Publicado

11-03-2016

Como Citar

Assumpção Garcia, D., & Abrahão e Sousa, L. M. (2016). A sororidade no ciberespaço: laços feministas em militância. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 44(3), 991–1008. Recuperado de https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/1032

Edição

Seção

Análise do Discurso