As memórias e a instabilidade genérica: considerações acerca dos diferentes modos de inserção do tempo no processo constitutivo de memórias de professoras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v50i1.2898

Palavras-chave:

gêneros discursivos, memória, instabilidade genérica, tempo, ensino de língua materna.

Resumo

Partindo do famoso postulado de Bakhtin (2003), segundo o qual os gêneros do discurso são “tipos relativamente estáveis de enunciado” (BAKHTIN, 2003, p. 262), este artigo procura mostrar, a partir das ocorrências da palavra tempo, em um conjunto de textos memorialísticos produzidos por professoras-alfabetizadoras, de que modo se encontra inscrita nessa mesma definição, como outra face de uma mesma moeda, a percepção dos gêneros discursivos como sendo também constitutivamente instáveis, isto é, marcados muito mais pela abertura do que pelo fechamento de suas fronteiras. Isso se deve às diferentes formas de apropriação e condições de produção de um dado gênero, bem como às diferentes formas de diálogo que o(a) escrevente estabelece com outros gêneros discursivos, mas também em função de uma particularidade do gênero em questão: o diálogo estabelecido entre o presente e o passado.

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Publicado

29-04-2021

Como Citar

Cális, O. G. T. (2021). As memórias e a instabilidade genérica: considerações acerca dos diferentes modos de inserção do tempo no processo constitutivo de memórias de professoras. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 50(1), 74–90. https://doi.org/10.21165/el.v50i1.2898

Edição

Seção

Artigos