Uma Língua Inglesa para chamar de minha: equivocações sobre o bom falante de inglês

Autores

  • Helena Regina Esteves de Camargo Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v45i2.597

Palavras-chave:

política linguística, educação bilíngue, língua inglesa.

Resumo

O objetivo deste artigo é problematizar a tradição de ensino e aprendizado de inglês que observa qualquer desvio dos padrões do “falante nativo” como sinais de deficiência. Para tanto, proponho uma revisão teórica sobre a relação entre língua e cultura e sobre práticas discursivas de falantes bilíngues. Após analisar excertos extraídos de observações de aulas de inglês para adolescentes brasileiros em aulas particulares e em uma escola bilíngue, concluo que há duas representações equivocadas acerca do processo de ensino e aprendizado de inglês: (i) misturar as línguas é sinal de incompetência e (ii) marcas locais de uso do inglês sinalizam falhas no processo de ensino e aprendizado da língua.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Helena Regina Esteves de Camargo, Universidade Estadual de Campinas

Mestre pela Universidade Estadual de Campinas - Instituto de Estudos da Linguagem - Linguagem e Educação

Referências

AGAR, M. Language shock: understanding the culture of conversation. Nova York: William Morrow, 1994. 284 p.

BLOMMAERT, J. The Sociolinguistics of Globalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2010. 213 p.

BLOOMFIELD, L. Linguistic aspects of science. Philosophy of Science 2: 499-517. Reprinted in Hockett, 1970, p. 307-321, 1935.

BUSCH, B. The Linguistic Repertoire Revisited. Applied Linguistics Advance Access, Oxford, p. 1-22, out. 2012.

CAMARGO, H. Duas línguas e uma cultura: Traços de brasilidade evidenciados em falas de professoras e de adolescentes bilíngues em português e inglês. 2014. 90 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

CANAGARAJAH, S. Translingual Practice. Global Englishes and Cosmopolitan Relations. Londres e Nova Iorque: Taylor & Francis Group, 2013. 216 p.

CRYSTAL, D. A revolução da linguagem. Tradução de Ricardo Quintana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2004. 151 p.

CUCHE, D. A noção de cultura nas ciências sociais. Tradução de Viviane Ribeiro. 2. ed. Bauru: EDUSC, 2002. 255 p.

FLICK, U. An introduction to qualitative research. SAGE Publications Limited, 2009. 504 p.

GARCÍA, O. Bilingual Education in the 21st century. A global perspective. Malden: Wiley-Blackwell, 2009. 481 p.

GARCÍA, O. Misconstructions in the education of language minoritized students. In: ROCHA, C. H.; MACIEL, R. F. (orgs). Língua estrangeira e formação cidadã: por entre discursos e práticas. Pontes Editores, 2015. p. 217-230.

GUMPERZ, J. J. Formal and informal standards in Hindi regional language area. In: FERGUSON, C. A.; GUMPERZ, J. J. (ed.). In: Linguistic Diversity in South Asia. International Journal of American Linguistics, v. 3, p. 92-118, 1960.

GUMPERZ, J. J. Linguistic and social interaction in two communities. In: GUMPERZ, J. J.; HYMES, D. (ed.). The Ethnography of Communication. American Anthropologist, v.66, no. 6, part 2, 1964.

GUMPERZ, J. J.; HYMES, D. The speech community. In: SILLS, D. L.; MERTON, R. K. (ed.). International encyclopedia of the social sciences. London: MacMillan, 1968. p. 381-386.

HALL, S. The work of representation. In: HALL, S. (Org.). Representation. Cultural representation and cultural signifying practices. London/Thousand Oaks/New Delhi: Sage/Open University, 1997. 391 p.

HAUGEN, E. The Norwegian language in America: a study in bilingual behavior. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1953. 699 p.

LACOSTE, Y.; RAJAGOPALAN, K. (Orgs.). A geopolítica do inglês. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. 159 p.

MACNAMARA, J. Bilingualism in the modern world. Journal of social issues, v. 23, n. 2, p. 1-7, abr. 1967.

MAHER, T. M. Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngüe e intercultural. In: CAVALCANTI, M. C.; BORTONI-RICARDO, S. M. (orgs.). Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas: Mercado de Letras, 2007. p. 67-94.

MARCUSCHI, L. A. Análise da Conversação. 5. ed. São Paulo: Ática, 1999. 96 p.

MELLO, H. A. B. O Falar Bilíngue. Goiânia: Editora UFG, 1999. 178 p.

PENNYCOOK, A. The cultural politics of English as an international language. New York: Longman Group Limited, 1994.

ROMAINE, S. Bilingualism. 2. ed. Nova York: Basil Blackwell, 1995. 384 p.

THIERY, C. True bilingualism and second language learning. In: GERVER, D.; SINAIKO, H. W. (eds.). Language, interpretation and communication. Nova York: Plenum, 1978. p. 145-146.

VERTOVEC, S. Super-diversity and its implications. Ethnic and Racial Studies, v.30, n.6, p. 1024-1054, nov. 2007.

Downloads

Publicado

29-11-2016

Como Citar

Esteves de Camargo, H. R. (2016). Uma Língua Inglesa para chamar de minha: equivocações sobre o bom falante de inglês. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 45(2), 651–665. https://doi.org/10.21165/el.v45i2.597

Edição

Seção

Políticas Linguísticas