Os nomes de origem indígena dos municípios paulistas: uma classificação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v50i2.2865

Palavras-chave:

toponímia, estado de São Paulo, línguas indígenas.

Resumo

Um fato que chama a atenção ao se observarem os nomes dos municípios do estado de São Paulo é a forte presença de topônimos com origem em línguas indígenas. Quase trinta e sete por cento deles são derivados do Tupi Antigo, da Língua Geral Paulista, do Guarani, do Nheengatu e de outras línguas não Tupi. Foram atribuídos por falantes dessas línguas, espontaneamente, entre os séculos XVI e XIX, ou por não falantes delas, artificialmente, no século XX. Nosso trabalho visa a analisar tais topônimos e classificá-los de acordo com as línguas de onde provieram e de acordo com a sua adequação ou inadequação linguística e/ou geográfica. Procuramos também compreender as causas da intensa nomeação artificial em línguas indígenas no século XX, um dos fenômenos socioculturais mais interessantes do Brasil no século passado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo de Almeida Navarro, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil

Professor titular da Área de Línguas Indígenas do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH da Universidade de São Paulo

Referências

ALENCAR, J. Iracema – Lenda do Ceará. Rio de Janeiro: Tipografia de Viana & Filhos, 1865.

ANDRADE, O. Manifesto Antropofágico. Revista de Antropofagia, São Paulo, n. 1, p. 3-7, 1928.

BARBOSA. A. L. Pequeno Vocabulário Tupi-Português. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1971.

CARDOSO, A. L. Toponímia Brasílica. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1961.

CARVALHO, M. R. Dicionário Tupi (Antigo)-Português. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia, 1987.

DIAS, A. G. Últimos Cantos. Rio de Janeiro: Typographia de F. de Paula Brito, 1851.

ELLIS JR., A. O café e a Paulistânia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1951.

GUASCH, A. Diccionario Guarani Castellano y Castellano Guarani. Buenos Aires: 1965 (edição do autor).

IBGE CIDADES. Brasília, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: www.cidade.ibge.gov.br. Acesso em: 15 mar. 2020.

LEITE, R. A Língua Geral Paulista e o “Vocabulário Elementar da Língua Geral Brasílica”. 1913. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1913.

MARCGRAVE, G. História Natural do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1942.

MELO FRANCO, A. A. O Índio Brasileiro e a Revolução Francesa: as origens brasileiras da teoria da bondade natural. Rio de Janeiro: Topbooks, 1991.

MONTOYA, A. R. Tesoro de la Lengua Guarani. Madrid: Iuan Sanches, 1639.

NASCENTES, A. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Gráfica Jornal do Comércio, 1955.

NAVARRO, E. A. Dicionário de Tupi Antigo: A Língua Indígena Clássica do Brasil. São Paulo: Global Editora, 2019.

PISO, G. De medicina brasiliensi. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1948.

RODRIGUES, A. Línguas Brasileiras – Para o Conhecimento das Línguas Indígenas. São Paulo: Edições Loyola, 1986.

ROJAS, A. Estudios Históricos: Orígenes Venezolanos. Caracas: Imprenta y Litografia del Gobierno Nacional, 1891

SAMPAIO, T. O Tupi na Geografia Nacional. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987.

SCHWAMBORN, I. O Guarani era um Tupi? Sobre os Romances Indianistas de José de Alencar. Fortaleza: Casa de José de Alencar / Programa Editorial, 1998.

STRADELLI, E. Vocabulários de língua-geral português-nheengatu e nheengatu-português. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, v. 158, 1929.

VIEGAS, A. P. Vocabulário Português-Tupi, Tupi-Português. Campinas: Instituto Agronômico, Serviço de Divulgação Técnico-Científica, 1971.

Downloads

Publicado

23-07-2021

Como Citar

Navarro, E. de A. (2021). Os nomes de origem indígena dos municípios paulistas: uma classificação. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 50(2), 733–752. https://doi.org/10.21165/el.v50i2.2865

Edição

Seção

Artigos