Garotas de programa e o entre-lugar discursivo

Autores

  • Mirielly Ferraça Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v45i3.786

Palavras-chave:

entrevistas, garotas de programa, discurso.

Resumo

Para pensar a tensão e o conflito que constituem a linguagem, parte-se de entrevistas realizadas com garotas de programa em 2012, em uma boate de Cascavel, com o consentimento e aprovação do Comitê de Ética. A partir do corpus, percebe-se que o discurso das garotas de programa é enredado por contradições, fruto do cruzamento de diferentes formações discursivas e do embate discursivo das posições ocupadas, mãe e prostituta. As contradições as colocam numa espécie de entre-lugar, permitindo que o sujeito se constitua e faça parte de ambas as posições, sem desmoronar discursivamente. Assim, neste trabalho, o conceito de formação discursiva é retomado na tentativa de movimentar seu percurso teórico, pensando no movimento de aproximação com o conceito de entre-lugar, de Silviano Santiago, mas no campo discursivo.

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Biografia do Autor

Mirielly Ferraça, Universidade Estadual de Campinas

Doutoranda em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE - Cascavel), com o trabalho intitulado "Prostituição: vozes que ecoam, sereias que (en)cantam", vinculada à linha de pesquisa Interdiscurso: práticas culturais e Ideológicas, com bolsa auxílio da CAPES. Pós-graduada lato sensu em Língua Portuguesa e Literatura Brasilleira pela UDC/FAG (Faculdade Assis Gurgacz). Graduada em Letras Português Italiano pela UNIOESTE (2006/2009) e Jornalista formada pela Universidade Paranaense (UNIPAR - 2006/2009).

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Publicado

29-11-2016

Como Citar

Ferraça, M. (2016). Garotas de programa e o entre-lugar discursivo. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 45(3), 986–997. https://doi.org/10.21165/el.v45i3.786

Edição

Seção

Análise do Discurso