Enunciação aforizante versus textualizante: notas sobre tensões estruturais e extratextuais

Autores

  • Roberto Leiser Baronas Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Discurso, gênero do discurso, enunciação aforizante e enunciação textualizante

Resumo

Neste trabalho, temos como objetivo tentar aprofundar a discussão acerca da aforização, proposta por Maingueneau (2010a; 2011; 2012a), descrevendo a tensão entre as “frases sem texto” e os textos que lhe dão guarida, bem como compreendendo de forma mais acurada outro tipo de tensão (a ideológica) entre a enunciação aforizante e outros textos que buscam questionar a sua pretensão de palavra absoluta. Para tanto, tomamos como corpus “frases monumentos” presentes tanto no documento da ação do Ministério Público Federal (MPF) que objetiva retirar das cédulas de reais a pequena frase “Deus seja louvado” como no texto do PL n. 2179/2003, do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que busca incluir a palavra “Amor” na bandeira brasileira.  

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Referências

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Publicado

14-06-2015

Como Citar

Leiser Baronas, R. (2015). Enunciação aforizante versus textualizante: notas sobre tensões estruturais e extratextuais. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 43(3), 1323–1331. Recuperado de https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/526

Edição

Seção

Análise do Discurso