O que diz a morfologia sobre os glides? Para uma visão além da fonologia

Autores

  • Evilázia Ferreira Martins Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Palavras-chave:

ditongos, Português Brasileiro, morfologia, fonologia

Resumo

O contexto morfológico pode influenciar a ocorrência de glides no Português Brasileiro (doravante PB)? A busca pela resposta dessa pergunta motivou-nos a realização deste trabalho. Ela advém da leitura de trabalhos sobre o glide que, em geral, consideravam somente as influências fonológicas e que não avaliavam, ou parcialmente avaliavam a morfologia. Tendo em vista essa lacuna descritiva e a importância de sua verificação para a descrição dos glides no PB, este trabalho investigou a ocorrência de glides em contextos de influência morfológica e concluiu que: a) ditongos decrescentes tendem a não se formar em processos derivacionais se seus elementos estão separados por limites de morfemas; e b) esses ditongos ocorrem quando o processo morfológico é flexional. A ocorrência dos glides é, assim, uma evidência para a diferenciação entre esses dois processos no PB.

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Publicado

15-02-2016

Como Citar

Ferreira Martins, E. (2016). O que diz a morfologia sobre os glides? Para uma visão além da fonologia. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 44(1), 255–266. Recuperado de https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/887

Edição

Seção

Morfologia