O que diz a morfologia sobre os glides? Para uma visão além da fonologia

Autores

  • Evilázia Ferreira Martins Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Palavras-chave:

ditongos, Português Brasileiro, morfologia, fonologia

Resumo

O contexto morfológico pode influenciar a ocorrência de glides no Português Brasileiro (doravante PB)? A busca pela resposta dessa pergunta motivou-nos a realização deste trabalho. Ela advém da leitura de trabalhos sobre o glide que, em geral, consideravam somente as influências fonológicas e que não avaliavam, ou parcialmente avaliavam a morfologia. Tendo em vista essa lacuna descritiva e a importância de sua verificação para a descrição dos glides no PB, este trabalho investigou a ocorrência de glides em contextos de influência morfológica e concluiu que: a) ditongos decrescentes tendem a não se formar em processos derivacionais se seus elementos estão separados por limites de morfemas; e b) esses ditongos ocorrem quando o processo morfológico é flexional. A ocorrência dos glides é, assim, uma evidência para a diferenciação entre esses dois processos no PB.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

CÂMARA JR., J. M. Para o estudo da fonêmica da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1953.

CÂMARA JR., J. M. Problemas de língua descritiva. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1969.

CÂMARA JR., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa.14. ed. Petrópolis: Vozes, 1970-1984.

CASALI, R. F. Resolving hiatus. 1996. (Doctorate of Philosophy in Linguistics) – University of Los Angeles, Los Angeles, 1996. Disponível em: <http://roa.rutgers.edu/files/215-0997/215-0997-CASALI-0-0.PDF>. Acesso em: 15 ago. 2013.

BISOL, L. O ditongo na perspectiva da fonologia atual. D.E.L.T.A, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 185-224, ago. 1989.

BISOL, L. Ditongos derivados. Revista de Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, São Paulo, v. 10, p. 123-140, 1994. Edição Especial.

BISOL, L. O sândi e a ressilabação. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 31, n. 2, p. 159-168, jun. 1996.

BISOL, L. A sílaba e seus constituintes. In: NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática do Português Falado: novos estudos. São Paulo: Editora da Unicamp, 1999. p. 701-742. v. 7, cap. 5.

CHOMSKY, N.; HALLE, M. The sound pattern of English. New York: Harper and Row, 1968.

GIANGOLA, J. P. Constraint Interaction and Brazilian Portuguese Glide Distribution. In: KUSUMOTO, K. (Ed.). Proceedings of NELS 27, p. 143-157, 1997. Disponível em: <http://rona.rutgers.edu/files/182-0397/182-0397-GIANGOLA-0-0.PDF>. Acesso em: 15 ago. 2013.

HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

LEE, S. H. Morfologia e fonologia do português do Brasil. 1995. 189 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1995.

LEITE, Y. de F. Portuguese Stress and Related Rules. 174. 152 f. Dissertation (Doctorate of Philosophy) – University of Texas, Austin, 1974.

LOPEZ, B. S. The Sound Pattern of Brazilian Portuguese (Cariocan Dialect).1979. 265 f. Dissertation (Doctorate of Philosophy in Linguistics) – University of California, Los Angeles, 1979.

MARTINS, E. F. Os glides no português brasileiro. 2011. 156 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Teórica e Descritiva) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.

SILVA, T. C. Nuclear Phenomena in Brazilian Portuguese. Tese (Doutorado em Filosofia) – Universidade de Londres, Londres, 1992.

SIMIONI, T. A alternância entre ditongo crescente e hiato em Português: uma análise otimalista. 2005. 155 f. Dissertação (Mestrado em Letras, Estudo da Linguagem) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4523/000502077.pdf?sequence=1>. Acesso em: 15 ago. 2013.

SIMIONI, T. Uma análise dos vocóides altos em português brasileiro: relações entre silabificação e a atribuição do acento. 2011. 147 f. Tese (Doutorado em Letras, Teoria e Análise Linguística) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/33326/000789301.pdf?sequence=1>. Acesso em: 15 ago. 2013.

RODRIGUES, M. C. O hiato no português: a tese da conspiração. 2007. 133 f. Dissertação (Doutorado em Letras Vernáculas) – Universidade F ederal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <http://www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/RodriguesMC.pdf >. Acesso em: 15 ago. 2013.

RODRIGUES, M. C.Encontros vocálicos finais em português: descrição e análise Otimalista. 2012. 223 f. Tese (Doutorado em Letras Vernáculas) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://www.letras.ufrj.br/posverna/doutorado/GomesMCR.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2013.

Publicado

2016-02-15

Como Citar

Ferreira Martins, E. (2016). O que diz a morfologia sobre os glides? Para uma visão além da fonologia. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 44(1), 255–266. Obtido de https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/887

Edição

Secção

Morfologia