V-ra no português: uma análise diacrônica
Palabras clave:
morfema-ra, análise diacrônica, esquematização.Resumen
O morfema -ra para a indicação de pretérito mais-que-perfeito (mandara) praticamente desapareceu do português brasileiro falado, cedendo espaço a outras formas concorrentes, como a perífrase ter/haver + particípio passado (tinha mandado) e o perfeito simples (mandou) (COAN, 1997; MARTINS, 2010). Resquícios dessa forma verbal resistem em construções optativas cristalizadas, como quem me dera, tomara, quisera, pudera eu, originadas na possibilidade de usos do morfema -ra com valor modal [-realis]. O objetivo deste artigo é discutir os contextos de leitura modal do morfema -ra, no período compreendido entre os séculos XVI a XX e sua idiomatização no português contemporâneo.