Os verbos “lembrar(-se)” e “esquecer(-se)”: um estudo variacionista

Autores

  • Kátia Roseane Cortez dos Santos Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0003-0395-6633

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v50i2.3081

Palavras-chave:

variação linguística, verbos pronominais, sociolinguística.

Resumo

O objetivo deste estudo é investigar a variação na regência dos verbos “lembrar(-se)” e “esquecer(-se)”, considerando-se duas variantes: a forma pronominal e a forma não pronominal. Para tanto, utilizou-se a Sociolinguística Variacionista como fundamento teórico-metodológico e o Corpus D&G e o banco de dados Iboruna como universo de coleta de dados, além do pacote estatístico Goldvarb para sistematização quantitativa das ocorrências. Os resultados apontam uma baixa frequência de uso da forma pronominal dos verbos em todas as variáveis extralinguísticas selecionadas (localidade, gênero, grau de escolaridade, modalidade da língua e tipo de texto), o que indica que o uso da variante não pronominal não é alvo de estigmatização. Além disso, constatou-se que os verbos sob análise não apresentam o mesmo comportamento no que diz respeito à variante não pronominal, com maior incidência de “esquecer(-se)” como verbo transitivo direto e de “lembrar(-se)” como verbo transitivo indireto.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALKMIM, T. M. Sociolinguística: parte I. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (org.). Introdução à linguística. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 23-50.

BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

BENTIVOGLIO, P. A variação nos estudos sintáticos. Estudos linguísticos, Campinas, v. 14, p. 7-29, 1987.

CAMACHO, R. G. Sociolinguística: parte II. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (org.). Introdução à linguística. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 51-83.

CAMACHO, R. G. Da linguística formal à linguística social. São Paulo: Parábola, 2013.

CUNHA, C.; CINTRA, L. F. Li. Nova Gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

GARCÍA, E. C. Shifting Variation. Língua, v. 67, p. 189-224, 1985.

GUY, G. Introdução à análise quantitativa da variação linguística. In: GUY, G.; ZILLES, A. Sociolinguística quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. p. 19-46.

KAY, P.; MCDANIEL, C. K. On the meaning of variable rules. Language in society, v. 10, p. 251-258, 1981.

KAY, P.; MCDANIEL, C. K. On the logic of variable rules. Language in Society, v. 8, p. 151-187, 1979.

LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. Tradução Marcos Bagno, Maria Marta Ferreira Scherre e Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008 [1972].

LABOV, W. The stratification of English in New York City. Washington, D. C.: Center for Applied Linguistics, 1966.

LABOV, W. The social motivation of a sound change. In: LABOV, W. Sociolinguistics patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1963.

LAVANDERA, B. R. Where does the sociolinguistic variable stop? In: SINGH, R. (ed.). Towards a critical sociolinguistics. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 1996. p. 17-30.

LAVANDERA, B. R. Where does the sociolinguistic variable stop? Language in society, v. 7, p. 171-82, 1978.

LUFT, C. P. Dicionário prático de regência verbal. 9. ed. São Paulo: Ática, 2010,

PATROCÍNIO, M. F. do. Aprender e praticar gramática. Volume único. São Paulo: FTD, 2011.

ROMAINE, S. The status of variable rules in Sociolinguistics Theory. Journal of Linguistics, v. 17, p. 93-119, 1981.

SANKOFF, D.; TAGLIAMONTE, S.; SMITH, E. Goldvarb X: a variable rule application for Macintosh and Windows. Toronto: Department of Linguistics, University of Toronto, 2005. Software disponível em: http://individual.utoronto.ca/tagliamonte/goldvarb.html. Acesso em: 08 mar. 2020.

TARALLO, F. A pesquisa sociolinguística. São Paulo: Ática, 1985.

WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. I. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguistica. Tradução Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial, 2006 [1968].

Downloads

Publicado

23-07-2021

Como Citar

Santos, K. R. C. dos. (2021). Os verbos “lembrar(-se)” e “esquecer(-se)”: um estudo variacionista. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 50(2), 870–892. https://doi.org/10.21165/el.v50i2.3081

Edição

Seção

Artigos