Processos de conclusão do texto argumentativo

Autores

  • Cristina Lopomo Defendi Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), São Paulo, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Gramaticalização, Marcador conclusivo, Cognição

Resumo

Neste artigo, investigam-se as construções linguísticas usadas para marcar a conclusão de textos de base dissertativo-argumentativa no português brasileiro. Dá-se ênfase à construção mais frequente: portanto. A amostra é composta por 500 redações de vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular – USP), produzidas nos anos de 2007 a 2011. A análise segue princípios da Cognição (TOMASELLO, 2003), da Gramaticalização (BYBEE, 2010; TRAUGOTT, 2010) e das teorias do Texto (KOCH, 2002; HALLIDAY; HASAN, 1976). Como resultados, validamos a ideia de que o uso de determinadas construções em contextos não esperados propicia um novo significado que, após uma fase de possíveis ambiguidades de interpretações, passa a contextos isolados de uso. Também é possível afirmar que, cognitivamente, o uso da uma estratégia de conclusão textual revela intencionalidade e atenção conjunta do escrevente com seu leitor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AULETE, C. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Delta, 1958.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. Tradução de Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BLUTEAU, R. Vocabulário portuguez e latino. Lisboa: Pascoal da Silva; Germany: Georg Olms Verlag, 2002 [1720].

BYBEE, J. Mechanisms of change in grammaticalization: the role of frequency. 2003. Disponível em <http://www.unm.edu/~jbybee/mechofchng.htm>. Acesso em: 10 mar. 2012.

BYBEE, J. Language, usage and cognition. New York: Cambridge University Press, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação -INEP. A redação no Enem 2013 – Guia do participante. Brasília-DF, 2013. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de_redacao_enem_2013.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2015.

DAVIES, M.; FERREIRA, M. Corpus do Português: 45 million words, 1300s-1900s. 2006. Disponível em: <http://www.corpusdoportugues.org>. Acesso em: 7 ago. 2012.

DEFENDI, C. L. “Portanto, conclui-se que”: processos de conclusão em textos argumentativos. 2013. Tese (Doutorado em Filologia e Língua Portuguesa) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-06052013-104720/>. Acesso em: 01 jul. 2014.

DIEWALD, G. Context types in grammaticalization as construction. ConstructionsSV1-9/2006. Disponível em: <http://elanguage.net/journals/constructions/article/view/24> Acesso em: 14 abr. 2011.

FÁVERO, L. L.; KOCH, I. V. Linguística textual: uma introdução. São Paulo: Cortez, 1998.

FERREIRA, A. B. de H.Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

FIORIN, J. L. Os gêneros do discurso. In: FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006, p. 60-76.

FREIRE, L. Grande e novíssimo dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957. v. IV.

HALLIDAY, M. A. K. As bases funcionais da linguagem. In: DASCAL, M. (Org.). Fundamentos metodológicos da Linguística. São Paulo: Global, 1973. p. 125-161. v. 1

.

HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Cohesion in English. London: Longman, 1976.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

KOCH, I. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metáforas da vida cotidiana. São Paulo: Mercado das Letras, 2002.

MARCUSCHI, L. A. Linguística de texto: o que é e como se faz? Recife: Editora Universitária da UFPE, 2009.

SÉGUIER. J. Novo dicionário encyclopedico luso-brasileiro. Rio de Janeiro: [1910?].

TOMASELLO, M. Origens culturais da aquisição do conhecimento humano. Tradução deCláudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

TRAUGOTT, E. C. Revisiting subjectification and intersubjectification. In: DAVIDSE, K.; VANDELANOTTE, L.; CUYCKENS, H. (Ed). Subjetification,intersubjetification and grammaticalization. Berlin: De Gruyter Mouton, 2010. p. 29-70. Disponível em: <http://www.stanford.edu/~traugott/resources/TraugottDavidseIntersbfn.pdf> Acesso em: 9 jul. 2012.

TRAUGOTT, E. C.; DASHER, R. B. Regularity in semantic change. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

Downloads

Publicado

15-02-2016

Como Citar

Lopomo Defendi, C. (2016). Processos de conclusão do texto argumentativo. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 44(1), 53–64. Recuperado de https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/872

Edição

Seção

Gramática Funcional