Analogia na morfologia: uma abordagem funcional-cognitiva

Analogy in morphology: a functional-cognitive approach

Autor/innen

  • Carlos Alexandre Victorio Gonçalves Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil https://orcid.org/0000-0003-3672-3852

DOI:

https://doi.org/10.21165/gel.v21i1.3705

Schlagworte:

Analogia. Produtividade. Esquema. Criatividade. Construcionalização.

Abstract

Neste artigo, procuramos fazer um apanhado histórico do conceito de analogia, com o intuito de mostrar de que maneira o fenômeno foi abordado em várias correntes linguísticas, sobretudo no que diz respeito à morfologia. Com ênfase na abordagem funcional/cognitiva da linguagem e por meio da discussão de exemplos de (de)formações lexicais do português brasileiro, pretendemos mostrar que a analogia constitui importante habilidade cognitiva e está por trás da criação de novas unidades morfológicas, não havendo, portanto, limite intransponível entre as criações de base analógica e as que se pautam em esquemas produtivos.

Downloads

Keine Nutzungsdaten vorhanden.

Literaturhinweise

ALMEIDA, M. L. L. de. Cruzamento vocabular no português: aspectos semântico-cognitivos. In: PELOSI, A. C.; FELTES, H. P. de M.; FARIAS, E. M. P. (org.). Lingüística e Cognição. Juiz de Fora: Editora da UFJF, 2005. v. 1, p. 157-170.

ANDRADE, K. E. Entranhamento lexical, combinação truncada e analogia: estudo otimalista sobre padrões de Cruzamento Vocabular. In: GONÇALVES, C. A. et al. (org.). Otimalidade em foco:morfologia e fonologia do português. Rio de Janeiro: Publit Soluções editoriais, 2009. p. 123-145.

ANDRADE, K. E.; RONDININI, R. B. Cruzamento vocabular: um subtipo da composição? DELTA, v. 32, n. 4, 2016.

ARAÚJO, G. A. Morfologia não concatenativa: os portmanteaus. Cadernos de Estudos Linguísticos, n. 39, v. 2, 2001.

BASILIO, M. A fusão vocabular como processo de formação de palavras. ANAIS do IV Congresso Internacional da ABRALIN. Salvador: UFBA, 2005. p. 10-13.

BASILIO, M. Cruzamentos vocabulares: o fator humorfológico. In: X Congresso da ASSEL-RIO – ATAS. Rio de Janeiro: Assel-Rio, 2003.

BASILIO, M. O princípio da analogia na constituição do léxico: regras são clichês lexicais. Veredas (UFJF), Juiz de Fora, v. 1, p. 9-21, 1997.

BAT-EL, O. Blend. In: BROWN, K. (ed.). Encyclopedia of Language & Linguistics. Second Edition. Oxford: Elsevier, 2006. v. 2, p. 66-70.

BAUER, L. Introducting Linguistic Morphology. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1988.

BAUER, L. A Glossary of Morphology. Washington: Georgetown Univ. Press, 2004.

BAUER, L. The borderline between derivation and compounding. In: DRESSLER, W. (ed.). Morphology and its demarcations. Amsterdam / et al. Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2005. p. 79-93.

BAUER, L. Splinters. Encyclopedia of Language and Linguistics, v. 12, p. 77-78, 2007.

BENFICA DA SILVA, V. O cruzamento vocabular formado por antropônimos: análise morfológica e fonológica. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

BOOIJ, G. Construction morphology. Oxford: Oxford University Press, 2010.

BYBEE, J. Cognitive processes in grammaticalization. In: TOMASELLO, M. (ed). The new psychology of language. NJ: Lawrence Arlbaum Associates, 2003. p. 145-168.

BYBEE, J. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

CABRAL, L. S. Morfologia. In: CABRAL, L. S. Introdução à Linguística. Porto Alegre: Editora Globo, 1982. p. 112-143.

CÂNDIDO, B. F. F. Formações X-ete no português do Brasil: uma análise construcional. 2013. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

CASTRO, M. F. Sobre a analogia na reflexão saussuriana. DELTA: Documentação e estudos em Linguística Teórica e Aplicada, v. 34, n. 3, p. 815-834, 2019.

CHAVES DE MELO, G. Iniciação à filologia portuguesa. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1950.

CIENKOWSKI, W. The initial stimuli in the processes of etymological reinterpretation (so-called folk etymology). Scando-Slavica, v. 15, n. 1, p. 237-245, 1969.

COATES, R. Pragmatic sources of analogical reformation. Journal of Linguistics, v. 23, n. 2, p. 319-340, 1987.

COUTINHO, I. de L. Pontos de gramática histórica. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1960.

DIESSEL, H. Usage-based construction Grammar. In: DABROWSKA, E.; DIVJA, D. (ed.). Handbook of Cognitive Linguistics. Berlin/New York: Mouton de Gruyter, 2015. p. 296-322.

DOBROVOLSKY, M. Malay blends – CV or syllable template? Calgary (Working) Papers in Linguistics, v. 23, p. 12-29, Spring, 2001.

FANDRYCH, I. Submorphemic Elements in the Formation of Acronyms, Blends and Clippings.Lexis – E-Journal in English Lexicology, v. 2, n. 20 (1), p. 132-147, 2008.

FAUCONNIER, G. Mental spaces: aspects of meaning construction innatural language.Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

FAUCONNIER, G. Mappings. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

FAUCONNIER, G.; TURNER, M. The way we think. New Yorker: Basic Books, 2002.

FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

FERTIG, D. MorphologicalReanalysis. Potsdam Summer School in Historical Linguistics Course on Morphological Change.Buffalo, 2014. Disponível em: https://www.acsu.buffalo.edu/~fertig/Potsdam2014/MorphChangeCourse3-Reanalysis.pdf. Acesso em: 08 ago. 2024.

FURTADO, L. R. Análise semântico-cognitiva das substituições sublexicais em português. 2011. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.

GONÇALVES, C. A. Morfologia. São Paulo: Parábola, 2018.

GONÇALVES, C. A. A crença nas palavras: (des)construções lexicais em antropônimos de líderes religiosos. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), v. 48, p. 899-918, 2019.

GONÇALVES, C. A. Uma análise construcional das (de)formações lexicais com os nomes do atual chefe do executivo. Gragoatá (UFF), v. 25, n. 52, p. 648-687, 2020.

GRÉSILLON, A.; MAINGUENEAU, D. Polyphonie, proverbe et détournement: ou unproverbepeutencacher un autre. Langages, Paris: Larousse, n. 73, p. 112-125, 1984.

KOCH, I. G. V.; BENTES, A. C.; CAVALCANTE, M. M. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2007.

LANGACKER, R. W. Foundations of cognitive grammar: theoretical prerequisites. Stanford: Stanford University Press, 1987.

LAUBSTEIN, A. Word blends as sublexical substitutions. Linguistics, v. 44, n.2, p. 127-148, 1999.

LUFT, C. Dicionário gramatical da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Globo, 1979.

McCARTHY, J.; PRINCE, A. Prosodic Morphology. In: SPENCER, A.; ZWICKY, A. (ed.). The Handbook of Morphology. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. p. 212-219.

MARKOVIĆ, I. Motivations of language change: Vitality of popular etymology and other variations in non-standard speech. Jezikoslovlje, v. 18, n. 1, p. 279-303, 2017.

MATTIELLO, E. Extra-grammatical Morphology in English: abreviations, blends, reduplicatives and related phenomena. Berlin/Boston. De Gruyter Mouton, 2017.

MONTEIRO, J. L. Morfologia portuguesa. Campinas: Pontes, 1987.

OLIVEIRA, M. R. de; SAMBRANA, V. R. M. Neonálise e analogização na formação de Marcadores discursivos do português. Estudos da Língua(gem), Vitória da Conquista, v. 18, n. 1, p. 25-44, jan./abr. 2020.

PIÑEROS, C. E. Word-blending as a case of non-concatenative morphology in Spanish. Rutgers: Rutgers University, 2000.

PLAG, I. Morphological Productivity: structural constraints in English Derivation. Berlin/New York: Mouton de Gruyter, 1999.

QUADRIO, A. Análise construcional da segmentação na escrita. 2022. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.

ROSÁRIO, I. da C. do; OLIVEIRA, M. R. de. Funcionalismo e abordagem construcional da gramática. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 60, n. 2, 2016.

ROSITO de OLIVEIRA, A. C. As formações X-nejo no português do Brasil: uma análise construcional. 2017. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

SILVA, K. A. A analogia e o sentimento do sujeito falante em Saussure. DELTA, v. 34, n.3, p. 919-940, 2018.

SAUSSURE, F. de. Cours de linguistique générale. Wiesbaden: Otto Harrassowitz, 1916.

SOARES DA SILVA, A. O mundo dos sentidos. Coimbra: Almedina, 2006.

SZYMANEK, B. Thelatesttrends in English word-for mation. In: ŠTEKAUER, P.; LIEBER, R. (ed.). The handbook of word-formation. Netherlands: Springer, 2005. p. 429-448.

TRAUGOTT, E. C.; TROUSDALE, G. Constructionalization and Constructional Changes.Oxford: Oxford University Press, 2013.

Veröffentlicht

2024-09-26

Zitationsvorschlag

Gonçalves, C. A. V. (2024). Analogia na morfologia: uma abordagem funcional-cognitiva: Analogy in morphology: a functional-cognitive approach. Revista Do GEL, 21(1), 137–169. https://doi.org/10.21165/gel.v21i1.3705