Algumas considerações sobre o status dos blends no léxico do português brasileiro

Some considerations on the status of blends in the lexicon of brazilian portuguese

Authors

DOI:

https://doi.org/10.21165/gel.v21i1.3708

Keywords:

Blend. Léxico. Português brasileiro.

Abstract

Blending is a morphological operation characterized by the combination of two bases, forming a third. The phenomenon is akin to the process of composition. Its significant uniqueness, however, lies in the fact that it presents some disruption in its formation. This disruption, according to Gonçalves (2006, 2016), Andrade and Rondinini (2016), characterizes the process as non-concatenative, as it involves the suppression of phonological material, as in "bicitáxi" (bicycle+taxi), while compounds maintain the integrity of the bases, as in "amor-perfeito" (love-perfect). As a means of discussing the status that the blending assumes in the lexicon, we propose, in this paper, to investigate whether the process approaches or distances itself from composition. With that in mind, the following question was raised: What is the morphological status of the blending in the Brazilian Portuguese lexicon? Our hypothesis is that the blend would be an independent word-formation process compared to the composition process that combines two words to generate a third. We conducted a survey of 750 blends, observing the phonological and semantic aspects, crucial in the formation of the phenomenon. Our results indicate that phonologically, blending distinguishes itself from composition because the former is formed by non-concatenation, while the latter is characterized as concatenative. Regarding the semantic aspect, compounds tend to be more exocentric, whereas blends configure themselves as more endocentric.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ADAMS, V. An introduction to modern English word-formation. London: Longman, 1973.

ALVES, I. M. Neologismo. São Paulo: Ática, 1990.

AMORIM, G. S. O dinamismo linguístico dos cruzamentos vocabulares: algumas motivações morfo-fonético-sintático-semânticas. GELNE. Anais da Jornada do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste, Natal, p. 1-11, 2012.

ANDRADE, K. E.; RONDININI, R. B. Cruzamento vocabular: um subtipo da composição? DELTA. Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, São Paulo, p. 861-887, 2016.

ANDRADE, K. E. Uma análise otimalista unificada para mesclas lexicais do Português do Brasil. 2008. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) – Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

ARNDT-LAPPE, S.; PLAG, I. The role of prosodic structure in the formation of English blends. English Language and Linguistics, v. 17, n. 4, p. 537, 2013.

BASÍLIO, M. A fusão vocabular como processo de Formação de Palavras. Anais do IV Congresso da ABRALIN, 2005.

BASÍLIO, M. Cruzamentos vocabulares: o fator humorfológico. X Congresso da ASSEL-RIO, Rio de Janeiro, 2003.

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. rev. ampl. e atual. conforme o Novo Acordo Ortográfico: Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

BRAGA, E. V. Blend, ‘a mistura que todo mundo gosta’: uma blendescrição do processo no léxico do português brasileiro. 2023. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2023.

BRAGA, E. V.; PACHECO, V.; ROCHA, W. J. C. A relação entre conhecimento, uso e faixa etária de blends por falantes nativos do PB. Revista (Con)textos Linguísticos, Vitória, v. 16, p. 205-224, 2022.

CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 2008.

CUNHA, C. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: Lexicon Editora Digital, 2007.

GONÇALVES, C. A. Morfologia. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2019.

GONÇALVES, C. A. Atuais tendências em formação de palavras. São Paulo: Contexto, 2016.

GONÇALVES, C. A. Usos morfológicos: os processos marginais de formação de palavras em português. Gragoatá, Niterói, n. 21, p. 219-241, 2 sem. 2006.

GONÇALVES, C. A. Processos morfológicos não concatenativos do português brasileiro: formato prosódico e latitude funcional. Alfa (ILCSE/UNESP), Araraquara, v. 48, n. 2, p. 30-66, 2004.

GONÇALVES, C. A. Blends lexicais em português: não-concatenatividade e correspondência. Veredas (UFJF), Juiz de Fora, v. 7, n. 1 e n. 2, p. 149-167, 2003.

KEHDI, V. Formação de palavras em português. 2. ed. São Paulo: Ática, 1997.

KEMMER, S. Schemas and Lexical Blends. In: CUICKENS, H. et al. (org.). Motivation in Language. Amsterdan/Philadelphia: John Benjamins, 2003.

LAHLOU, H.; HO-ABDULLAH, I. The fine line between compounds and portmanteau words in English. Journal of Language and Linguistic Studies, v. 17, n. 4, p. 1684-1694, 2021.

LAHLOU, H.; HO-ABDULLAH, I. A Cognitive Approach to Compounds and Blends: Revising the linguistic approach to blends. Germany: LAP LAMBERT Academic Publishing, 2012.

MARANGONI JÚNIOR, C. E. A blendtividade na formação de palavras: a derivação dos blends na interface entre morfologia, fonologia e pragmática. 2021. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021.

PIÑEROS, C. E. Word-blending as a case of non-concatenative morphology in spanish. Rutgers: Rutgers University, 2000.

PLAG, I. Word-Formation in English. 2. ed. Cambridge: Cambridge Textbooks in Linguistics, 2018.

RALLI, A. Compounding versus derivation. In: SCALISE, S.; VOGEL, I. (ed.). The Benjamins Handbook of Compounding. Philadelphia: John Benjamins Publishing, 2010.

RIO-TORTO, G. Blending, cruzamento ou fusão lexical em português: padrões estruturais e (dis)semelhanças com a composição. Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 7-29, 2014.

RIO-TORTO, G.; RIBEIRO, S. Compounding in contemporary Portuguese. Probus, 2012.

ROCHA, L. C. A. Criação lexical: processos produtivos no português contemporâneo. Revista de Estudos de Língua Portuguesa, Belo Horizonte, v. 2, n. 2, p. 29-56, 1983.

SAID ALI, M. Gramática Histórica da Língua Portuguesa. 6. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1966.

SANDMANN, A. J. Morfologia Lexical. São Paulo: Contexto, 1997.

SANDMANN, A. J. Morfologia Geral. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1993.

SCHWINDT, L. C. O prefixo no Português Brasileiro: análise morfofonológica. 2000. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2000.

SERRA, L. H. A neologia literária no universo poético de Ferreira Gullar: uma leitura de neologismos. Revista do GELNE, Natal, v. 20, p. 136-149, 2018.

SILVA, V. B. O cruzamento vocabular formado por antropônimos: análise Morfológica e Fonológica. 2019. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) – Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

SILVEIRA, C. M. F. Cruzamento vocabular em português: acaso ou processo? 2002. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) – Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

TENANI, L. Domínios prosódicos no Português Brasileiro: evidências rítmica, entoacional e segmental. Estudos Linguísticos. São Paulo, p. 118-131, 2006.

VILLALVA, A. Composição. In: RAPOSO, E. B. P. et al. (org.). Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa, Portugal: Centro de Linguística da Universidade de Lisboa – Fundação Calouste Gulbenkian, 2020.

VILLALVA, A.; GONÇALVES, C. A. V. The phonology and morphology of word formation. In: WETZELS, L. et al. The Handbook of Portuguese Linguistics. 1. ed. Oxford: Wiley Blackwell, 2016. v. 1, p. 167-187.

VILLALVA, A. Estruturas Morfológicas: unidades e hierarquias nas palavras do Português. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.

Published

2024-09-26

How to Cite

Braga, E. V., & Pacheco, V. (2024). Algumas considerações sobre o status dos blends no léxico do português brasileiro: Some considerations on the status of blends in the lexicon of brazilian portuguese. Revista Do GEL, 21(1), 54–78. https://doi.org/10.21165/gel.v21i1.3708