A construção "na hora que" sob a ótica da sociolinguística variacionista

Autores

  • Diego Minucelli Garcia Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), São José do Rio Preto, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v46i1.1626

Palavras-chave:

sociolinguística variacionista, mudança linguística, construcionalização

Resumo

Com base na visão sociolinguística variacionista (LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968), objetiva-se investigar, entre as diferentes formas de na hora que (na hora em que, na hora que, a hora que, hora que), se há uma distribuição sociolinguística definida, caracterizando um fenômeno variável no sentido laboviano, ou se o uso dessas diferentes formas apenas reflete uma redução fonética (LEHMANN, 1982; HEINE et al., 1991) que afeta a locução em processo de construcionalização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013). Para a análise dos dados, extraídos do Banco de dados Iboruna, foram considerados quatro fatores sociais: gênero, faixa etária, nível de escolaridade e renda familiar do informante. Os resultados mostraram que não há diferenças sociolinguísticas significativas entre as formas, mas indícios de que elas sejam microconstruções em processo de mudança.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALKMIM, T. M. Sociolinguística: parte 1. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. Introdução à linguística: domínios e fronteiras. v. 1. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 23-50.

BRAGA, M. L. As orações de tempo sob uma perspectiva funcionalista. In: RODRIGUES, A. C. S.; ALVES, I. M.; GOLDSTEIN, N. S. (Org.). I Seminário de Filologia e Língua Portuguesa. São Paulo: Humanitas, 1999a. p. 97-108.

______. Os Enunciados de Tempo no Português Falado no Brasil. In: NEVES, M. H. M. (Org.). Gramática do Português Falado. v. VII: Novos Estudos. São Paulo: Editora da UNICAMP, 1999b. p. 443-459.

______. Os Enunciados de Tempo no Português de Contato. Letras de Hoje, PUC-RS, v. 3, p. 7-18, 2001a.

______. Processos de combinação de orações: enfoques Funcionalistas e Gramaticalização. Scripta, Belo Horizonte: PUC-MG, v. 5, n. 9, p. 23-34, 2001b.

CAMACHO, R. G. A variação linguística. In: São Paulo (Estado) SE/CENP. Subsídios à proposta Curricular de Língua Portuguesa para o 1º e o 2º Graus (Coletânea de textos). v. 1. São Paulo, SE/CENP/UNICAMP, 1988. p. 29-41.

______. Sociolinguística: parte 2. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. Introdução à linguística: domínios e fronteiras. v. 1. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 51-83.

______. Da linguística formal à linguística social. São Paulo: Parábola, 2013.

CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P. Dialectology. Cambridge: Cambridge University Press, 1980.

CROFT, W. Radical construction grammar: Syntactic theory in typological perspective. Oxford: Oxford University Press, 2001.

GOLDBERG, A. E. Constructions: a construction grammar approach to argument structure. Chicago: University of Chicago Press, 1995.

______. Constructions at work. The nature of generalization in language. Oxford: Oxford University Press, 2006.

HEINE, B.; CLAUDI, U.; HÜNNEMEEYER, F. Grammaticalization: a conceptual framework. London: University Chicago Press, 1991.

HOPPER, P. On some principles in the grammaticalization. In: TRAUGOTT, E.; HEINE, B. (Ed.). Approaches to grammaticalization. Philadelphia: John Benjamins, 1991. v. 1. p. 17-35.

HEINE, B.; TRAUGOTT, E. Grammaticalization. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.

LABOV, W. Principles of linguistic change: internal factors. Cambridge: Blackwell, 1994.

______. Constructions at work. The nature of generalization in language. Oxford: Oxford University Press, 2006.

______. O estudo da língua em seu contexto social. In: ______. Padrões sociolinguísticos. Tradução de Marcos Bagno et al. São Paulo: Parábola, 2008. p. 215-299.

LEHMANN, C. Towards a typology of clause linkage. In: HAIMAN, J.; THOMPSON, S. A. Clause combining in grammar and discourse. Amsterdam: John Benjamins Publishing, 1982.

LIMA-HERNANDES, M. C. Orações adverbiais temporais conectivas no português popular de São Paulo. In: GARTNER, E.; HUNDT, C.; SCHÖNBERG, A. (Org.). Estudos de sociolingüística portuguesa. Frankfurt am Main: TFM, 2000. p. 74-75.

______. Estágios de gramaticalização da noção de tempo – processos de combinação de orações. Veredas, v. 8, n. 1 e 2, p. 183-194, 2004.

MEILLET, A. L’évolution des formes grammaticales. In: MEILLET, A. Linguistique Historique et Linguistique Générale. Paris: Champion, 1948. p. 130-148.

NEVES, M. H. M. Conectar significados. Ou: A formação de enunciados complexos. In: ______. Texto e gramática. São Paulo: Contexto, 2007. p. 223-269.

OLIVEIRA, M. R. Tendências atuais da pesquisa funcionalista. In: SOUZA, E. R. (Org.). Funcionalismo Linguístico: novas tendências teóricas. São Paulo: Contexto, 2012. p. 133-152.

______. Gramaticalização de construções como tendência atual dos estudos funcionalistas. Estudos Linguísticos, v. 42, n. 1, p. 148-162, 2013.

SANKOFF, D.; SMITH, E.; TAGLIAMONTE, S. A. Goldvarb X: A variable rule application for Macintosh and Windows. Toronto: Department of Linguistics, University of Toronto, 2005.

TARALLO, F. A pesquisa sociolinguística. São Paulo: Ática, 1985.

TRAUGOTT, E. C. Toward a coherent account of grammatical constructionalization. To appear in: SMIRNOVA, E.; BARÐDAL, J.; GILDEA, S.; SOMMERER, L. (Ed.). Historical Construction Grammar. 2012. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/150342997/Traugott-2012>. Acesso em: 10 jun. 2015.

TRAUGOTT, E. C.; TROUSDALE, G. Constructionalization and Constructional Changes. Oxford: Oxford University Press, 2013.

WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. A língua como um sistema diferenciado. In: ______. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. Tradução de Marcos Bagno; revisão de Carlos Alberto Faraco. São Paulo: Parábola, 2006.

Downloads

Publicado

21-11-2017

Como Citar

Garcia, D. M. (2017). A construção "na hora que" sob a ótica da sociolinguística variacionista. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 46(1), 322–335. https://doi.org/10.21165/el.v46i1.1626

Edição

Seção

Sociolinguística e Dialetologia