Propostas de produção de textos em material didático e a noção de “escrita como trabalho”

Autores

  • Marina Célia Mendonça Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Araraquara, São Paulo, Brasil http://orcid.org/0000-0002-5712-2346

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v49i3.2695

Palavras-chave:

estudos bakhtinianos, material didático, produção de texto.

Resumo

Este trabalho se insere no contexto das pesquisas das ciências da linguagem sobre a produção textual como processo e sua inserção em atividades didático-pedagógicas. Considerando essa problemática, o objetivo é colocar em foco escritos de pesquisadores brasileiros, nas áreas da Linguística e da Linguística Aplicada, discutindo sua atualização no discurso sobre a produção textual em material didático – é enfocada, especificamente, a noção de “escrita como trabalho”, atualizada por uma coleção didática direcionada ao Ensino Médio intitulada Veredas da Palavra. O suporte teórico-metodológico da pesquisa são os estudos bakhtinianos do discurso. O procedimento metodológico central é o cotejamento de textos, comparando discursos produzidos em esferas de atividade diferentes. O pressuposto teórico de que se parte é o de que, ao migrar de uma esfera de atividade para outra, o discurso sofre modificações decorrentes de novas relações discursivas estabelecidas na nova esfera e de valores que são predominantes nela.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Célia Mendonça, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Araraquara, São Paulo, Brasil

Departamento de Linguística da Unesp/Araraquara. Área: Análise do discurso; Análise dialógica do discurso; Estudos bakhtinianos.

Referências

ABAURRE, M. B.; FIAD, R. S.; MAYRINK-SABINSON, M. L. T. Cenas de Aquisição da Escrita: o sujeito e o trabalho com o texto. Campinas: Mercado de letras, 1997.

ALVES, R. H.; MARTIN, V. L. Veredas da Palavra. Manual do Professor. v. 1. São Paulo: Ática, 2016.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Maria Ermantina Galvão. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental. Língua portuguesa. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 1997.

BRASIL. PNLD 2018: língua portuguesa – guia de livros didáticos – Ensino Médio/Ministério da Educação – Secretaria de Educação Básica – SEB – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2017.

FIAD, R. S.; MAYRINK-SABINSON, M. L. T. A escrita como trabalho. In: MARTINS, M. H. (org.). Questões de linguagem. São Paulo: Contexto, 1991.

GERALDI, J. W. A escrita como trabalho: operações e meta-operações de construção de textos. Estudos Linguísticos XXIII, Anais de Seminários do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo (GEL), São Paulo, v. 1, 1994.

GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula: leitura & produção. 2. ed. Cascavel: Assoeste, 1984.

GERALDI, J. W. Heterocientificidade nos estudos linguísticos. In: GEGE (Grupo de Estudos dos Gêneros do Discurso) (org.). Palavras e contrapalavras: enfrentando questões da metodologia bakhtiniana. São Carlos: Pedro e João Editores, 2012.

GINZBURG, C. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Tradução Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 143-180.

GRILLO, S. V. de C. Escrever se aprende escrevendo. Sínteses. Teses. UNICAMP/IEL, v. 1, 1996.

GRILLO, S. V. de C. Esfera e campo. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006.

GRILLO, S.; GLUSHKOVA, M. A divulgação científica no Brasil e na Rússia: um ensaio de análise comparativa de discursos. Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 69-92, maio/ago. 2016. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/bakhtiniana/article/view/23556/19236. Acesso em: 10 jan. 2019.

JESUS, C. A. de. Reescrita: para além da higienização. Sínteses. Teses. UNICAMP/IEL,

v. 1, 1996.

MENDONÇA, M. C. A produção textual na esfera escolar: considerações sobre a “escrita como trabalho”. Diálogo das Letras, Pau dos Ferros, v. 8, n. 1, p. 3-15, 2019.

MENDONÇA, M. C. Práticas de escrita: diálogos entre ciências da linguagem e ensino/aprendizagem de língua. Estudos Linguísticos, São Paulo, v. 47, n. 3, p. 758-768, 2018.

MENDONÇA, M. C. O discurso sobre autoria na esfera didático-pedagógica: algumas considerações. Revista da ABRALIN, v. 15, p. 265-284, 2016.

MENDONÇA, M. C. Práticas de escrita e subjetividade. Letras & Letras (Online), v. 31,

p. 43-55, 2015.

MENDONÇA, M. C. O discurso sobre a produção textual de gêneros literários. Letras & Letras (on-line), Uberlândia, v. 29, n.2, p. 1-15, 2013, 2013.

POSSENTI, S. Discurso, estilo e subjetividade. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

RUIZ, E. M. S. D. Como se corrige redação na escola. Sínteses. Teses. UNICAMP/IEL, v. 4, 1999.

VOLÓCHINOV. V. N. Marxismo e filosofia da linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução, ensaio introdutório, glossário e notas de S. V. C. Grillo e E. V. Américo. v. 1. São Paulo: Editora 34, 2017.

Downloads

Publicado

17-12-2020

Como Citar

Mendonça, M. C. (2020). Propostas de produção de textos em material didático e a noção de “escrita como trabalho”. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 49(3), 1497–1510. https://doi.org/10.21165/el.v49i3.2695

Edição

Seção

Artigos