A cortesia negativa na interação discursiva com falantes cultos de Porto Velho-RO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2321

Palavras-chave:

língua falada, preservação das faces, cortesia negativa, procedimentos linguísticos, fórmulas linguísticas

Resumo

O artigo procura discutir o fenômeno da cortesia no texto falado de informantes de Porto Velho-RO com o objetivo de analisar a ocorrência dos procedimentos linguísticos da cortesia negativa utilizados para suavizar os atos que ameaçam as faces “FTA” em dois recortes de inquéritos desses informantes. Os FTA correspondem a fórmulas linguísticas e pragmáticas, cujas funções exercidas sobre a face negativa dos interlocutores podem minimizar, salvaguardar ou proteger as faces, favorecendo a cooperação e a negociação em uma situação de interação. A pesquisa se fundamenta na pragmática, no que concerne aos atos de fala (AUSTIN, 1990), no que se refere ao Princípio de Cooperação (GRICE, 1975), na Cortesia (BROWN; LEVINSON, 1987) e na análise dos procedimentos linguísticos da cortesia negativa (KERBRAT-ORECCHIONI, 2006). No que tange à metodologia, a pesquisa tem base etnográfica, consiste num estudo de caso, e se propõe a analisar dois recortes de inquéritos de fala selecionados da pesquisa de pós-doutoramento: “A cortesia na língua culta falada em Porto Velho”.

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Biografia do Autor

Rosa Maria Aparecida Nechi Verceze, Universidade Federal de Rondônia - UNIR

Professora da Universidade Federal de Rondonia vinculada ao Departamento de Línguas vernáculas. Area de pesquisa análise da conversação e linguística textual.Projeto de pesquisa " O Português Culto Falado em Porto Velho". Professora da Graduação em Letras  de Língua Portuguesa e do Mestrado em Letras de Pragmatica

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Publicado

18-12-2019

Como Citar

Verceze, R. M. A. N. (2019). A cortesia negativa na interação discursiva com falantes cultos de Porto Velho-RO. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 48(3), 1639–1656. https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2321

Edição

Seção

Artigos