O MARCADOR DE GÊNERO FEMININO –ABA DO WAPIXANA (ARUÁK)
Resumo
Culturas distintas fazem diferentes escolhas e representações léxico-gramaticais da realidade. Em termos da categoria de gênero, enquanto o português emprega, regularmente, apenas um paradigma envolvendo o morfema -a, de feminino, oposto à ausência de marca ou a um morfema de masculino, o wapixana apresenta dois paradigmas: um para nomes inalienáveis (termos de parentesco), que opõe o morfema
-ɽu de feminino ao morfema -ɽɨ, de masculino, e outro para nomes alienáveis, que opõe o morfema -aba, de feminino, à ausência de marca para masculino. O morfema -aba deste último paradigma restringe-se a nomes cujos referentes exibem o traço [+animado], exceto nomes de parentescos, que obedecem ao primeiro paradigma. Embora atestados empiricamente tais paradigmas, persiste a questão do status do formativo -aba, tratado por Santos (2006) como termo de classe e, consequentemente, como formador de palavra e não como marcador flexional de gênero. Neste trabalho, então, investigamos, numa perspectiva tipológico-funcional, especialmente nos termos de Dixon (1986) e Grinevald (2000), a natureza desse marcador: se lexical ou flexional. Os resultados apontam para uma revisão da posição de Santos.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.21165/gel.v17i2.2749
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