Mimese e écfrase no De Signis de Cícero
Mimesis and ekphrasis in Cicero’s De Signis
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v21i2.3763Palavras-chave:
Mimese. Écfrase. Argumentação. De Signis.Resumo
É objeto de estudo do presente artigo o simulacrum da deusa Diana de Segesta no De Signis de Cícero, parte da In Verrem oratio secunda. Busca-se analisar especificamente o papel argumentativo da écfrase do simulacro de Diana à luz dos conceitos de mimese (ou, μίμησις, imitativo, imitação) – neste caso, considerando-se como produto da referida operação linguística uma espécie de imitação/representação imagética mental da peça escultórica que o orador elabora a fim de evidenciar a gravidade do crime cometido por Verres – e de enargia (ou ἐνάργεια, euidentia, vividez), causando um efeito de presentificação. Ou seja, serão enfocados o modo como o orador busca fazer presente aos olhos da audiência, ou do leitor, o bem alegadamente roubado, por meio de uma descrição vívida e minuciosa (écfrase), exprimindo sua importância sociocultural e qual o efeito argumentativo dessa écfrase para o De Signis.
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