Mimese e écfrase no De Signis de Cícero

Mimesis and ekphrasis in Cicero’s De Signis

Autores

  • Luciana Mourão Maio Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0002-2553-0126
  • Paulo Martins Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.21165/gel.v21i2.3763

Palavras-chave:

Mimese. Écfrase. Argumentação. De Signis.

Resumo

É objeto de estudo do presente artigo o simulacrum da deusa Diana de Segesta no De Signis de Cícero, parte da In Verrem oratio secunda. Busca-se analisar especificamente o papel argumentativo da écfrase do simulacro de Diana à luz dos conceitos de mimese (ou, μίμησις, imitativo, imitação) – neste caso, considerando-se como produto da referida operação linguística uma espécie de imitação/representação imagética mental da peça escultórica que o orador elabora a fim de evidenciar a gravidade do crime cometido por Verres – e de enargia (ou ἐνάργεια, euidentia, vividez), causando um efeito de presentificação. Ou seja, serão enfocados o modo como o orador busca fazer presente aos olhos da audiência, ou do leitor, o bem alegadamente roubado, por meio de uma descrição vívida e minuciosa (écfrase), exprimindo sua importância sociocultural e qual o efeito argumentativo dessa écfrase para o De Signis.

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Publicado

05-03-2025

Como Citar

Maio, L. M., & Martins, P. (2025). Mimese e écfrase no De Signis de Cícero: Mimesis and ekphrasis in Cicero’s De Signis. Revista Do GEL, 21(2), 102–126. https://doi.org/10.21165/gel.v21i2.3763

Edição

Seção

Artigos