SAMBA PAULISTA: CAIU DE PÉ É SAMBADOR, SAMBEIRO OU SAMBISTA?
Schlagworte:
Pesquisa Dialetal, Análise do Discurso, Léxico, Samba Rural Paulista, Samba de Bumbo, Cultura Caipira.Abstract
O presente trabalho tem como objetivo central investigar a produção de sentidos e os registros da memória coletiva provenientes da escolha de duas unidades lexicais (sambeiro e sambador) em oposição à forma sambista. O corpus da pesquisa é constituído fundamentalmente de entrevistas livres realizadas com praticantes de uma manifestação cultural conhecida como Samba Rural Paulista (ANDRADE, 1937), em que é possível constatar a preferência pelo uso das unidades sambeiro e sambador. Para procedermos à análise dos dados coletados, utilizamos como pressupostos teóricos recortes feitos nas áreas da Dialetologia, Geolinguística e Análise do Discurso de linha francesa, além de outros campos como a Terminologia, a Sociolinguística, e a Lexicologia. Os resultados deste trabalho expõem uma distinção significativa entre a escolha lexical feita por participantes de modalidades específicas de samba, sendo possível estabelecer oposições entre o samba atualmente desenvolvido em todo Brasil, altamente influenciado pelo ritmo procedente do Rio de Janeiro, à secular prática dos sambadores e sambeiros paulistas de outrora. Outrossim, o presente estudo revela, por meio da prática discursiva, a memória coletiva na qual estão inscritos os locutores, permitindo um entendimento mais adequado das diferenças e limites atuantes entre os tipos de samba citados.Downloads
Literaturhinweise
ANDRADE, M. de. O Samba Rural Paulista. Separata da Revista do Arquivo Municipal. nº 41. São Paulo: Departamento de Cultura, 1937.
______. Dicionário musical brasileiro. Coordenação O. Alvarenga e F. C. Toni. São Paulo: EDUSP, 1989.
AREÁN-GARCIA, N. A formação de nomes de profissionais a partir do sufixo -ista. In: XVI Congreso Internacional de la ALFAL. Alcalá de Henares: 2011.
AULETE, F. J. de C. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Delta, 1964.
BASÍLIO, M. Formação de classes de palavras no português do Brasil. São Paulo: Contexto, 2006.
BORBA, F. org. Dicionário UNESP do Português contemporâneo. São Paulo: UNESP, 2004.
BRANDÃO, H. H. N. Introdução à análise do discurso. 3. ed. Campinas: Unicamp, 1994.
BRANDÃO, S. F. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.
CANDIDO, A. Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. São Paulo: Ed 34, 2001.
CASCUDO, L da. Dicionário do folclore brasileiro. Belo Horizonte: Itatiaia, 1984.
CHAUÍ, M. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1980.
CLETO, B. Sambeiros de Sorocaba. Cruzeiro do Sul, Sorocaba, p. 19, 08 out. 1978.
FILME, G. Criolo cantando samba era coisa feia. Documentário. São Paulo, 1998.
FERNANDES, C. A. Análise do discurso: reflexões introdutórias. Goiânia: Trilhas Urbanas, 2005.
FERREIRA, A. B. de H. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
FREIRE, L. Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957.
GUIMARÃES, S. S. S. Chuvisqueiro, chuva fina, garoa ou neblina: uma análise lexical. In: SANTOS, I. P dos; CRISTIANINI, A. C. (Orgs.) Sociogeolinguística em questão: reflexões e análises. São Paulo: Paulistana, 2012.
HORI, I. M. Samba na cidade de São Paulo (1900-1930): contribuição ao estudo da resistência e da repressão cultural. São Paulo, FFLCH-USP, 1981.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. de. S. Dicionário da Língua Portuguesa. 2a reimpressão. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
MANZATTI, M. S. Samba Paulista, do centro cafeeiro à periferia do centro: estudo sobre o Samba de Bumbo ou Samba Rural Paulista. São Paulo: PUC-SP, 2005. (Dissertação de Mestrado)
MIRANDA, N. S. Agentivos denominais e deverbais: um estudo da produtividade lexical em português. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1980.
MORENO, J. Sambeiros e sambistas. 2011. Disponível em: <http://juliomorenoblog.wordpress.com/2011/02/24/sambeiros-e-sambistas/>. Acesso em 08 jun. 2013.
MOURA, R. M. No princípio era a roda: um estudo sobre samba, partido-alto e outros pagodes. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 10. ed. Campinas: Pontes, 2012.
PINTO, L. M. da S. Diccionario da lingua brasileira. Ouro Preto: Typographia de Silva, 1832.
SANTOS, I. P. dos. Memória coletiva, geolinguística e relações textuais-discursivas. In: SANTOS, J. B. C. dos (Org.). Sujeito e subjetividade: discursividades contemporâneas. Uberlândia: EDUFU, 2009.
______. Sociogeolinguística e interação face a face: diálogo possível. In: SANTOS, I. P dos; CRISTIANINI, A. C. (Orgs.) Sociogeolinguística em questão: reflexões e análises. São Paulo: Paulistana, 2012.
SILVA, Adalberto Prado (Org.). Michaelis: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1970.
SIQUEIRA, M. B. Samba e identidade nacional: das origens à Era Vargas. São Paulo: Unesp, 2012.
SOARES, R. de C. da S.; CAVALCANTE, M. C. Variação linguística e interação discursiva: um encontro possível. In: SANTOS, I. P dos; CRISTIANINI, A. C. (Orgs.) Sociogeolinguística em questão: reflexões e análises. São Paulo: Paulistana, 2012.
SUZUKI, N. Samba e devoção em Pirapora. Disponível em: <http://emnomedosamba.blogspot.com.br/2008/06/samba-e-devoo-em-pirapora.html>. Acesso em 08 jun. 2013.
VIARO, M. E. Estudo diacrônico da formação e mudança semântica dos sufixos –eiro/-eira na língua portuguesa. In: MASSINI-CAGLIARI, G. et alii. (Orgs.) Trilhas de Matoso Câmara e outras trilhas: fonologia, morfologia, sintaxe. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2007.
VILELA, M. Estudos de lexicologia do português. Coimbra: Almedina, 1994.
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A REVISTA DO GEL não cobra taxa de submissão ou de editoração de artigos (articles processing charges – APC).
Os critérios gerais de direitos autorais da REVISTA DO GEL estão dispostos no termo de direitos autorais que cada autor aceita ao submeter seu trabalho no periódico. Como regra geral o periódico utiliza as regras CC BY-NC da Creative Commons (regra disponível em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode)