Julgamento da valência emocional de blends a partir de suas bases

Autores/as

  • Rafaelly Bezerra Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil
  • Rafael Dias Minussi Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0003-4103-8796
  • José Ferrari Neto Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2734-7197
  • Gustavo Lopez Estivalet Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil https://orcid.org/0000-0003-3462-4156

DOI:

https://doi.org/10.21165/gel.v22i1.3968

Palabras clave:

Psicolinguística. Morfologia. Blends. Julgamento. Valência.

Resumen

Este trabalho investiga como a valência dos blends está associada às valências de suas bases. Pesquisas recentes trazem apontamentos acerca da influência da valência das palavras no processamento lexical. Os seguintes questionamentos guiaram nossa pesquisa: quais as relações entre a valência dos blends e de suas bases? Qual é a influência das estruturas dos blends no julgamento de sua valência? Quais as diferenças demográficas em relação ao julgamento da valência dos blends? Blends são um tipo especial de palavras formadas a partir de pelo menos duas palavras, ou uma palavra e um clip ou dois clips, que são partes truncadas de palavras. Eles possuem uma estrutura de constituintes e uma estrutura semântica, sendo muitas vezes efêmeros, uma vez que surgem e podem, ou não, serem aceitos e utilizados por uma comunidade de falantes. A valência, por sua vez, refere-se à agradabilidade emocional de um estímulo e pode ser associada diretamente às sensações relacionadas às palavras. Dito isso, 95 participantes realizaram um experimento psicolinguístico de julgamento de valência em blends e de suas bases numa escala Likert de 9 pontos. Os resultados apontaram diferenças de julgamento de valência em três níveis: demográficas, distribuição dos blends em comparação às palavras e estruturas dos blends. Assim, este trabalho contribui para uma melhor compreensão da influência semântica das bases no processamento dos blends.

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Biografía del autor/a

Rafaelly Bezerra, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil

Doutoranda em Linguística no Proling \ UFPB com ênfase em Processamento Linguístico sob orientação do Professor Dr. José Ferrari Neto; É bolsista Capes \ CNPQ; Estudou Mestrado em Linguística no Proling \ UFPB com ênfase em processamento Linguístico; Especialização em Linguística Aplicada à Língua Portuguesa pela FUNESO \ UNESF em parceria com a UFPB; Especialização em Psicopedagogia Institucional pela UPE \ Campus Mata Norte; Especialização em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitlar pela FTM \ João Pessoa - PB; Pesquisadora do Laprol - Laboratório de Processamento Linguístico pela Universidade de Paraíba; Possui graduação em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Inglesa e suas Literaturas pela Universidade de Pernambuco - Campus \ Mata Norte; Pesquisa na área de Processamento Linguístico no âmbito da memória semântica e Linguagem em grupo atípico (neste caso, o Transtorno do Espectro Autista); Obtém vivências como docente em Língua Portuguesa, Inglesa e Espanhola na Educação Básica e Ensino Profissionalizante e Ministra cursos da área de Linguagens e Ensino - Aprendizagem.

Rafael Dias Minussi, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, São Paulo, Brasil

É professor do Departamento de Letras da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).Possui bacharelado e licenciatura em Letras Português e Linguística pela Universidade de São Paulo (2006). É mestre em Linguística pelo programa de pós-graduação em Semiótica e Linguística Geral da Universidade de São Paulo (2008) e doutor em Letras também pelo programa de pós-graduação em Semiótica e Linguística Geral da Universidade de São Paulo (2012). Atualmente, participa dos seguintes grupos de pesquisa do CNPq: GREMD ( Grupo de Estudos em Morfologia Distribuída) da USP, do LabLinC (Laboratório de Linguagem e Cognição) da UNIFESP) e do grupo Novas Perspectivas para a língua portuguesa na sala de aula (UnB). É membro do LabLinC da EFLCH da UNIFESP e do The Word Lab (Universidade de Lisboa). Seu projeto atual tem como objetivo investigar a formação dos blends em comparação com os compostos, tendo como metodologia a realização de testes experimentais para investigar o processamento dessas palavras. Os principais temas de interesse são: Processamento de Palavras, blends, Ensino de Gramática pela Metodologia da Aprendizagem Ativa, Morfologia Distribuída, Teoria Gerativa, Sintaxe das línguas naturais, Estrutura argumental, Nominalizações, Nomes Compostos.

José Ferrari Neto, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil

Possui graduação em Letras pela Universidade Católica de Petrópolis (1999), especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), mestrado (2003) e doutorado (2008) em Estudos da Linguagem pela Pontificia Universidade Catolica - RJ (2003). Pós-Doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pesquisador 2 do CNPq. Tem experiência em docência e pesquisa na área de Lingüística, com ênfase em Psicolingüística e Aquisição da Linguagem. Foi Professor Assistente de Língua Portuguesa e Línguística Geral na Universidade Católica de Petrópolis (RJ) e Professor de Linguística na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atualmente é Professor Associado III de Linguística e Língua Portuguesa na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), atuando no Programa de Pós-Graduação em Linguística (Proling) e desenvolvendo pesquisas no LAPROL (Laboratório de Processamento Linguístico), com investigações voltadas para o léxico, morfologia, correferência e leitura.

Gustavo Lopez Estivalet, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, Paraíba, Brasil

Professor Adjunto do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (DLEM) da área de francês e do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PROLING) na área de Teoria e Análise Linguística, Linha de pesquisa: Aquisição da Linguagem e Processamento Linguístico, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa-PB, Brasil. Pesquisador do Laboratório de Processamento Linguístico (LAPROL) da UFPB. Realizou pós-doutorado (PDJ/CNPq, 2018) no Laboratório da Linguagem e Processos Cognitivos (LabLing) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis-SC, Brasil, com pesquisa sobre o processamento fonológico e o acesso lexical em crianças disléxicas e não disléxicas. Possui doutorado (GDE/CNPq, 2016) em Neurociências e Ciências Cognitivas na Université Claude Bernard Lyon 1 (UCBL), Lyon, França, com pesquisa sobre o processamento morfológico e o acesso lexical em falantes nativos e não nativos. Possui mestrado (CAPES, 2012) em Linguística na UFSC com pesquisa sobre a aquisição da linguagem e a produção oral em língua estrangeira. Possui graduação em Letras - Língua Francesa e Literaturas, habilitação em licenciatura e habilitação em bacharelado na UFSC. Tem interesse em linguística, psicolinguística, neurolinguística, linguística computacional, fonologia, morfologia, sintaxe, bilinguismo e línguas estrangeiras.

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Publicado

2025-12-01

Cómo citar

Bezerra, R., Dias Minussi, R., Ferrari Neto, J., & Estivalet, G. L. (2025). Julgamento da valência emocional de blends a partir de suas bases. Revista Do GEL, 22(1), 37–61. https://doi.org/10.21165/gel.v22i1.3968