Contra a ordem: a irrelevância da ordem frasal para uma Sintaxe ontogênica
Against the order: the irrelevance of the phrasal order for an ontogenic Syntax
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v21i2.3714Parole chiave:
Sintaxe. Frase. Palavras. Ontogênese. Espaço.Abstract
Pretendo, neste artigo, circunscrever o estatuto da frase ao âmbito do discurso, mais do que ao da sintaxe. Para isso, proponho que se considere que os possíveis constituintes frasais sejam ordenados segundo um critério discursivo, mais do que sintático. No corpo do texto, refiro-me aos constituintes como “palavras”, não como sintagmas, em referência à expressão “ordem das palavras na frase”, que me parece altamente circulante sob a chave de uma importância sintático-estrutural, contra a qual me posiciono, e a isso se deve o título do artigo. Circunscrevo ao discurso aquilo que denomino “espaço da frase”, valendo-me de proposição teórica que venho procurando desenvolver no sentido de uma “ontogênese” ou “ontogenia” da Língua — que trato como entidade una, a que me refiro no singular e com inicial maiúscula —, a partir de um momento primevo em que o espaço físico do mundo e os movimentos cinemáticos aí realizados teriam sido percebidos, incorporados e em certo sentido mimetizados por nós como fator inspirativo para o engendro da própria Língua. Eis o escopo finalíssimo deste artigo: mais do que a relativização da importância do “espaço da frase”, a proposição de uma importância fundante do “espaço do mundo” para a gênese da Língua.
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