Além das tradutoras canadenses: práticas feministas de tradução ontem e hoje

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2331

Palavras-chave:

estudos feministas da tradução, identidade, feminismos, tradução

Resumo

Neste artigo, apresentamos diversas tradutoras e práticas femininas e feministas de tradução ao longo do tempo. Partindo de uma contextualização sobre tradução como transformação regulada, refletimos sobre sua intersecção com os estudos feministas, especialmente a partir do fim do século XX. Apesar de termos as tradutoras canadenses dessa época como paradigma de tradução feminista, mostramos diversas tradutoras antes delas – no Brasil e no mundo – que consideraram a condição inferior da mulher na sociedade, muitas vezes usando suas traduções como forma de chamar a atenção para o problema. Tratamos também do contexto canadense de tradução feminista dos anos 1980, trazendo algumas de suas práticas e também de críticas a esse movimento. Por fim, abordamos alguns dos novos caminhos possíveis para os Estudos Feministas da Tradução, um campo que começa a se consolidar internacionalmente, mas que ainda carece de mais discussões.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pâmela Berton Costa, Universidade Estadual Paulista (UNESP/Ibilce)

Pâmela Berton Costa é doutoranda no Programa de pós-Graduação em Estudos Linguísticos (Linha de pesquisa - Estudos da Tradução) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de São José do Rio Preto (Ibilce). Ela é formada em Tradução pela mesma universidade e em Jornalismo pela UFMS.

Lauro Maia Amorim, Universidade Estadual Paulista (UNESP/Ibilce)

Lauro Maia Amorim é tradutor, poeta e professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de São José do Rio Preto (Ibilce). É Doutor em Translation Studies pela State University of New York/Binghamton, Mestre em Estudos Linguísticos e Bacharel em Letras com Habilitação de Tradutor, ambos títulos obtidos junto à Universidade em que leciona.

Referências

ALENCAR, M. E. S.; BLUME, R. F. Mulheres traduzindo literatura no Brasil nos séculos XIX e XX. Ci. & Tróp., Recife, v. 39, n. 1, p. 97-115, 2015.

AMORIM, L. M. Tradução como diáspora: as vozes da poesia afro-americana no Brasil. In: ESTEVES, L.; VERAS, V. Vozes da tradução: éticas do traduzir. São Paulo: Humanitas, 2014. p. 149-176.

ARROJO, R. Fidelity and the gendered translation. TTR, Quebec, v. 7, n. 2, p. 147-162, 1994.

ARROJO, R. Os estudos da tradução na pós-modernidade, o reconhecimento da diferença e a perda da inocência. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 1, n. 1, p. 53-69, 1996.

BRANAMAN, A. Feminism and Identity. In: ELLIOTT, A. (ed.). Routledge Handbook of Identity Studies. London: Routledge, 2011. p. 30-49.

CASTRO, O. Traductoras gallegas del siglo XX: reescribiendo la historia de la traducción desde el género y la nación. In: SANTAEMILIA, J.; von FLOTOW, L. (Eds.). MonTI 3 – Woman and Translation: Geographies, Voices and Identities. San Vicente del Raspeig: Espagrafic, 2011. p. 107-130.

CASTRO, O. (Re)examinando horizontes nos Estudos Feministas da Tradução: em direção a uma terceira onda? Tradução Beatriz Regina Guimarães Barboza. TradTerm, São Paulo, v. 29, p. 216-250, 2017.

CASTRO, O.; ERGUN, E. Feminist translation studies: local and transnational perspectives. New York and London: Routledge, 2017.

CHAMBERLAIN, L. Gender and the Metaphorics of Translation. Signs, Chicago, v. 13, n. 3, p. 454-472, 1988.

CORRÊA, R. D.; BLUME, R. F. Prefácio de tradução ou manifesto feminista? Interdisciplinar, São Cristóvão, v. 13, p. 185-195, 2011.

COSTA, C. L. Lost (and Found?) in Translation: Feminisms in Hemispheric Dialogue. Latino Studies, v. 4, p. 62-78, 2006.

COSTA, C. L. Feminismo e tradução cultural: sobre a colonialidade do gênero e a descolonização do saber. P: Portuguese Cultural Studies, Utrecht, v. 4, n. 1, p. 41-65, 2012.

COSTA, C. L.; ALVAREZ, S. E. Dislocating the Sign: Toward a Translocal Feminist Politics of Translation. Signs, Chicago, v. 39, n. 3, p. 557-563, 2014.

DELISLE, J. (org.). Portraits de traductrice: sous la direction de Jean Delisle. Ottawa: Presses de l’Université d’Ottawa, 2002.

DÉPÊCHE, M.-F. A tradução feminista: teorias e práticas subversivas Nísia Floresta e a Escola de Tradução Canadense. Textos de História, Brasília, v. 8, n. 1/2, p. 157-188, 2000.

DUARTE, C. L. Memoricídio: o apagamento da história das mulheres na literatura e na imprensa. Aracaju, UFSE, 2019. (Mesa redonda no XVIII Seminário Internacional Mulher e Literatura).

ERGUN, E. Reconfiguring Translation as Intellectual Activism: The Turkish Feminist Remaking of Virgin: The Untouched History. Trans-Scripts. v. 3, p. 264-289, 2013.

FISH, S. What makes an interpretation acceptable? In: FISH, S. Is there a text in this class? Cambridge: Harvard University Press, 1982. p. 338-355.

FLOTOW, L. Translation and Gender: Translating in the ‘Era of Feminism’. Manchester (UK): St. Jerome Publishing, 1997.

FLOTOW, L. Feminist Translation: Contexts, Practices and Theories. TTR. v. 4, n. 2, p. 69-84, 1991.

GODAYOL, P. Frontera Spaces: Translating as/like a Woman. In: SANTAEMILIA, J. (ed.). Gender, sex and translation: The manipulation of identities. Manchester, UK: St. Jerome, 2005. p. 9-14.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DPeA, 2001.

HENITIUK, V. Translating Woman: Reading the Female through the Male. Meta, v. XLIV, n. 3, p. 469-484, 1999.

LEVINE, S. J. Translation as (Sub)Version: on Translating Infante’s Inferno. In: VENUTI, L. (ed.). Rethinking Translation. London: Routledge, 1992.

MASSARDIER-KENNEY, F. Towards a Redefinition of Feminist Translation Practice. The Translator, Manchester, v. 3, n. 1, p. 55-69, 1997.

MILLS, S. Third-way feminist linguistics and the analysis of sexism. In: IGALA 2 CONFERENCE, 2002, Lancaster. Disponível em: http://extra.shu.ac.uk/daol/articles/open/2003/001/mills2003001-paper.html. Acesso em: 18 jul. 2018.

NEMIROVSKY, J. V. A tradução feminista. In: NEMIROVSKY, J. V. A ética da intervenção ideológica na tradução. 2017. Dissertação (Mestrado em Letras/Estudos da Linguagem) – Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, 2017. p. 27-62.

PENROD, L. Translating Hélène Cixous: French Feminism(s) and Anglo-American Feminist Theory. TTR, Quebec, v. 6, n. 2, p. 39-54, 1993.

REIMÓNDEZ, M. We need to talk… To each other. On polyphony, postcolonial feminism and translation. In: CASTRO, O.; ERGUN, E. Feminist translation studies: local and transnational perspectives. New York and London: Routledge, 2017.

RICH, A. When We Dead Awaken: Writing as Re-Vision. College English, v. 34, n. 1, p. 18-30, 1972.

ROBINSON, D. Theorizing Translation in a Woman’s Voice: Subverting the Rhetoric of Patronage, Courtly Love and Morality. The Translator, London, v. 1, n. 2, p. 153-175, 1995.

SIMON, S. Gender in Translation: Cultural Identity and the Politics of Transmission. London: Routledge, 1996.

TRANSLATING WOMEN. 1st. London, 2019.

VALENCIA/NAPOLI COLLOQUIUM ON GENDER AND TRANSLATION: FEMINISMS AND/IN TRANSLATION. 3rd. Valencia, Espanha, 2019.

VENUTI, L. The Translator’s Invisibility: a History of Translation. London: Routledge, 1995.

WOLF, M. The Creation of a “Room of One’s Own”: Feminist Translators as Mediators between Cultures and Genders. In: SANTAEMILIA, J. (ed.). Gender, sex and translation: The manipulation of identities. Manchester, UK: St. Jerome, 2005. p. 15-25.

Downloads

Publicado

18-12-2019

Como Citar

Berton Costa, P., & Maia Amorim, L. (2019). Além das tradutoras canadenses: práticas feministas de tradução ontem e hoje. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 48(3), 1227–1247. https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2331

Edição

Seção

Artigos