Padrões morfossintáticos da inferência e da dedução em língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.21165/el.v49i1.2694Palavras-chave:
evidencialidade, inferência, dedução, Gramática Discursivo-FuncionalResumo
A evidencialidade é utilizada para indicar a fonte da informação contida em um enunciado ou o meio pelo qual essa informação foi obtida. A Gramática Discursivo-Funcional, teoria que embasou este estudo, reconhece diferentes subtipos desse fenômeno, dois dos quais interessaram a este trabalho: a inferência, que é um raciocínio assentado no conhecimento interno do falante; e a dedução, que é um cálculo mental baseado em evidências perceptuais. O objetivo deste estudo foi verificar se há marcas morfossintáticas distintas para a codificação dos dois subtipos em língua portuguesa. Os dados indicam que a inferência apresenta mais possibilidades de expressão do que a dedução, já que esta é codificada apenas em relações de complementação e justaposição, e aquela, além dessas duas, é também expressa por modificação e parentetização.
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