A hipótese da «soldadura» na formação de topônimos indígenas monolexicais de estrutura poliléxica na língua de origem

Autores

  • Camila André do Nascimento da Silva Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Cuiabá, Mato Grosso do Sul, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3379-1422
  • Aparecida Negri Isquerdo Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Cuiabá, Mato Grosso do Sul, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1129-5775

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v49i1.2698

Palavras-chave:

Soldadura, Topônimos monolexicais, Topônimos polilexicais, Línguas Indígenas

Resumo

Este trabalho analisa processos de formação de palavras por composição evidenciados na estrutura morfológica de topônimos pertencentes à mesorregião Sudoeste do Mato Grosso do Sul, com destaque para designativos cujos elementos de origem foram unidos por um processo de soldadura, uma hipótese de trabalho ainda em processo de construção. Trata-se de um recorte de uma pesquisa mais ampla que tem como objeto de estudo a toponímia rural de acidentes físicos de base indígena. Os resultados dos dados discutidos neste trabalho evidenciam um número representativo de unidades lexicais que, em sua configuração sincrônica, são formas simples, mas o estudo etimológico evidencia a presença de uma estrutura composta de base. Dessa forma, discute-se, neste trabalho, o grau de vitalidade de topônimos monolexicais de origem poliléxica e busca-se atestar a hipótese da soldadura como uma característica da toponímia indígena na região estudada. Em termos teóricos, o estudo orienta-se, fundamentalmente, em Rodrigues (1951), Dick (1992) e Gross (1996).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Camila André do Nascimento da Silva, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Cuiabá, Mato Grosso do Sul, Brasil

Possui Graduação em Letras habilitação português/inglês pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2008) e Mestrado em Letras, na área de concentração em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2011). Doutoranda em Linguística pela UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campus de Três Lagoas/MS. Realizou um estágio de doutorado no exterior (doutorado sanduíche) como bolsista CAPES/COFECUB (Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil), na Université Paris 13 - Villetaneuse, Paris, França (2018).

Aparecida Negri Isquerdo, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Cuiabá, Mato Grosso do Sul, Brasil

Doutora em Letras (Linguística e Língua Portuguesa) pela UNESP/Araraquara (1996). É docente aposentada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; foi professora visitante (PV/CNPq) no Programa de Mestrado e Doutorado em Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Londrina (2005/2006) e na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PV/UFMS), Programa de Mestrado em Estudos de Linguagens (2007/2009)/CCHS e no Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado/Doutorado)/CPTL (2014/2016). Atualmente é docente permanente na Pós-Graduação stricto sensu da UFMS ? Estudos de Linguagens/CCHS (Mestrado) e Letras/CPTL (Mestrado e Doutorado), atuando, nos dois programas, na pesquisa, na docência e na orientação. Atualmente é Pesquisador Visitante pela UFMS/FAALC/Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Lexicologia, Lexicografia. Onomástica e Dialetologia/Geolinguística, especialmente nos seguintes temas: léxico, toponímia, atlas toponímico e atlas linguístico. As suas investigações centram-se nos estudos do léxico, em especial o léxico regional e o léxico toponímico, buscando a interface entre Lexicologia/Lexicografia e Dialetologia. É Diretora Científica no âmbito do Comitê Nacional de coordenação do Projeto Atlas Linguístico do Brasil ? ALiB e Coordenadora do projeto Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul - ATEMS. Bolsista Produtividade 1D/CNPq.

Referências

ATEMS – Atlas Toponímico de Mato Grosso do Sul. Sistema de Dados. Campo Grande: UFMS, 2019 (acesso restrito).

BASILIO, M. Formação de palavras no português do Brasil. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2013.

BUENO, S. Vocabulário Tupi-Guarani Português. 7. ed. São Paulo: Vida Livros, 2008.

CARONE, F. de B. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1986.

COUTINHO, I. de L. Pontos de Gramática Histórica. 6. ed. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1969.

DAUZAT, A. Les noms de lieux: origine et évolution, villes et villages, pays, cours d’eau, montagnes, lieux-dits. Paris: Librairie Delagrave, 1947.

DICK, M. V. de P. A. A motivação toponímica e a realidade brasileira. São Paulo: Edições Arquivo do Estado, 1990.

DICK, M. V. de P. A. Toponímia e Antroponímia no Brasil. Coletânea de Estudos. São Paulo: Serviço de Artes Gráficas/FFLCH/USP, 1992.

GROSS, G. Les expressions figées en français. Noms composés et autres locutions. Paris: Editions Ophrys, 1996.

KEHDI, V. Formação de palavras em português. 4. ed. São Paulo: Ática, 2007.

MARQUES, E. A. Fraseotopônimos: estabelecendo diálogos entre a fraseologia e a toponímia. Revista Guavira, Três Lagoas/MS, n. 25, p. 23-33, jul./dez. 2017. Disponível em: http://websensors.net.br/seer/index.php/guavira/article/view/589/435. Acesso em: 09 abr. 2020.

MEJRI, S. Le figement lexical, descriptions linguistiques structuration sémantique. Tunis: Publications de La Faculté des Lettres, Université de La Manouba, 1997.

MONTEIRO, J. L. Morfologia Portuguesa. 4. ed. revista e ampliada. Campinas: Pontes, 2002.

MONTOYA, A. R. de. Gramatica y diccionarios (arte, vocabulario y tesoro) de la lengua tupi ó guarani. Vienna: Faesy y Frick; Paris: Maisonneuve y Cia, 1876.

RADIMSKÝ, J. Les composés italiens actuels. 2005. Thèse (Doctorat en Philologie) – Faculté des Lettres, Institut D’etudes Romanes, Université Charles, Prague, 2005. Disponível em: https://is.cuni.cz/webapps/zzp/download/150020815. Acesso em: 16 ago. 2019.

RODRIGUES, A. D.’I. A composição em Tupi. Separata de Logos, ano VI, n. 14. Curitiba, p. 1-8, 1951. Disponível em: http://biblio.wdfiles.com/local--files/rodrigues-1951-composicao/rodrigues_1951_composicao.pdf. Acesso em: 20 jun. 2019.

SAMPAIO, T. O tupi na geografia nacional. 3. ed. Bahia: Secção Graphica da escola de Aprendizes Artificies, 1928.

SAMPAIO, T. O tupi na geografia nacional. 5. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1987.

TIBIRIÇÁ, L. C. Dicionários de Topônimos de Origem Tupi: significado dos nomes geográficos de origem tupi. São Paulo: Traço Editora, 1985.

TIBIRIÇÁ, L. C. Dicionário Guarani Português. São Paulo: Traço Editora, 1989.

Downloads

Publicado

01-05-2020

Como Citar

Silva, C. A. do N. da, & Isquerdo, A. N. (2020). A hipótese da «soldadura» na formação de topônimos indígenas monolexicais de estrutura poliléxica na língua de origem. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 49(1), 241–264. https://doi.org/10.21165/el.v49i1.2698

Edição

Seção

Artigos