Hesitação em narrativas infantis: o funcionamento gestuo-vocal na matriz multissemiótica
DOI :
https://doi.org/10.21165/el.v53i1.3511Résumé
Este artigo mostra o funcionamento das hesitações presentes na produção gestual e vocal de crianças com desenvolvimento típico de linguagem, especificamente em contexto dialógico de reconto de filme. Foram analisados dados de 25 crianças na faixa etária entre 2 e 6 anos de idade, distribuídas em cinco grupos com base na faixa etária. O recorte específico para a presente pesquisa consistiu nos dados de cinco crianças, uma de cada grupo: A: H. Q. (2;1); B: J.P. (3;3); C: G. B. (4;0); D: G.S. (5;4); E: V.C. (6;9). Os resultados da investigação permitiram: (i) discussão da passagem da noção de multimodalidade para a noção de multissemiose, tomando as hesitações como lugar privilegiado de observação, na medida em que indiciam o conflito do sujeito e suas dispersões na linguagem; (ii) demonstração da presença pluridimensional de gestos ritmados na hesitação, com predomínio dos icônicos e dos dêiticos na composição, corroborando McNeill (1992), para quem os gestos funcionam em dimensões que podem se superpor; (iii) descrição de como opera a matriz gestuo-vocal nesses pontos (simultânea, síncrona) mostrando como as hesitações se relacionam com o planejamento da fala e se organizam em dois planos simultâneos: um com foco no planejamento sintático-semântico, centrado na estrutura gramatical e dos conteúdos, e o outro com foco no planejamento morfológico-lexical, relacionado a escolhas de palavras, com destaque para a contraparte gestual específica desses planos, já que, no sintático-semântico sobressaíram-se os gestos icônico-ritmados e, no plano morfológico-lexical, os dêitico-ritmados, atuando de maneira pluridimensional.
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© Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978) 2025

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