Verbivocovisualidade no documentário “Histórias de quando a água chegou”: ato responsável e diálogo na constituição intersemiótica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2353

Palavras-chave:

verbivocovisualidade, ato responsável, enunciado, silêncio

Resumo

O documentário Histórias de quando a água chegou – Antonio Adauto e os índios exibe a história de pessoas desalojadas por ocasião da construção da Usina Hidrelétrica de Furnas, em 1963. Esse corpus será analisado a partir do conceito de verbivocovisualidade, trazido para o contexto do Círculo de Bakhtin, Medviédev e Volóchinov por Paula e Serni (2017) e Stafuzza (2014). Pretendemos analisar enunciados verbivocovisuais, discutindo como: a) o diálogo intersemiótico entre vozes na narrativa do documentário estabelece atos responsáveis dos sujeitos Antonio Adauto, Jean Manzon e equipe autoral do documentário; b) os enunciados constituídos por/constitutivos desses sujeitos constituem-se como enunciados de dizer, de fazer, de compreensão e de silêncio);
c) a constituição do enunciado verbivocovisual se dá pelo diálogo intersemiótico entre as semioses em diálogo entre si.

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Biografia do Autor

Marco Antonio Villarta-Neder, Universidade Federal de Lavras/Professor

Doutor em Letras (Linguística e Língua Portuguesa) pela Unesp-Araraquara. Mestre em Linguística Aplicada (Ensino-Aprendizagem de Língua Materna) pela UNICAMP. Licenciado em Letras (Português/Inglês) pela UNITAU. Professor da Universidade Federal de Lavras.

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Publicado

18-12-2019

Como Citar

Villarta-Neder, M. A. (2019). Verbivocovisualidade no documentário “Histórias de quando a água chegou”: ato responsável e diálogo na constituição intersemiótica. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 48(3), 1657–1672. https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2353

Edição

Seção

Artigos