Respostas do ChatGPT como gênero discursivo: construção da identidade vista em percepções de estudantes de Letras
DOI:
https://doi.org/10.21165/el.v53i1.3598Resumo
A OpenIA é um laboratório de pesquisa em inteligência artificial (IA), localizado nos EUA e, em 2022, apresentou ao mundo o ChatGPT, semelhante a um chatbot on-line, isto é, uma IA na qual um assistente virtual inteligente formula respostas, em forma de textos, partindo de questões formuladas por usuários. Em se tratando de linguagem e constituição de textos, surgiu o interesse pelo desenvolvimento da presente discussão, cujo problema e questionamentos decorrentes relacionam-se com a formação de estudantes de licenciatura em Letras, em razão do estudo de textos, e o lugar da IA enquanto produtora de textos: qual a avaliação que estudantes de Letras fazem do gênero “resposta do ChatGPT”, considerando uma questão teórica da área feita ao chatbot, tendo, como critério comparativo da resposta da máquina, estudos realizados, na modalidade presencial, em sala de aula? Qual a função social do gênero? Se considerada a vertente do estilo do gênero, em Bakhtin (2011), parte-se das hipóteses de que as respostas são superficiais, não apresentam argumentos de autoridade e ainda têm erros conceituais, são referenciais e apontam para o nível denotativo da linguagem. Para responder ao problema e confirmar ou refutar as hipóteses, foi estabelecido o objetivo geral que é investigar a percepção de estudantes de Letras sobre o gênero “respostas ChatGPT” com base na temática Euclides da Cunha e Os sertões, recentemente estudada em sala de aula por eles, a fim de delinear o atual gênero e observar a função social postulada. O estudo seguiu dois caminhos. Inicialmente, foi realizada pesquisa bibliográfica, para discutir IA e o contexto em que o ChatGPT se insere, nas perspectivas de Russel e Norvig (2004) e Sichman (2021), além de buscas feitas no site do laboratório criador da IA. Também, para subsidiar as questões de constituição de gêneros, houve o respaldo em Bakhtin (2011, 2017) e nos estudos sobre cotejamento, em Bakhtin (2017) e Geraldi (2012). Em seguida, foi realizada uma pesquisa com sete estudantes de Letras do último ano do curso, de forma a lhes apresentar o resultado à pergunta da temática de estudo, estudada recentemente no curso presencial noturno de uma instituição municipal de ensino superior, caracterizando uma entrevista em profundidade (grupo focal). Foram definidos descritores em torno dos elementos constituintes de gêneros discursivos.
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