A construção diz que... mas: uma abordagem sistêmico-funcional e cognitivista

Autores

  • Paulo Roberto Gonçalves-Segundo Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil

Palavras-chave:

Avaliatividade, Espaços Mentais, Linguística Sistêmico-Funcional, Linguística Cognitiva, construção

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a configuração léxico-gramatical, semântico-discursiva, argumentativa e conceptual da construção diz que... mas, a partir da convergência teórica entre a Linguística Sistêmico-Funcional e a Linguística Cognitiva, com ênfase na Teoria da Avaliatividade e na Teoria dos Espaços Mentais. Conclui-se que a construção ativa, na oração primária, um recurso de expansão dialógica: distanciamento, responsável pela emergência de um espaço mental de FALA, no qual um Dizente genérico realiza uma atividade de autoatribuição de propriedade, ao passo que, na secundária, aciona-se um recurso de contração dialógica: contra-expectativa, que sinaliza a incompatibilidade entre o comportamento de um ator social e sua vinculação ao grupo identitário ligado à propriedade construída na primária, a partir de um frame de caracteres hegemônicos instalado na BASE.

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Publicado

15-02-2016

Como Citar

Gonçalves-Segundo, P. R. (2016). A construção diz que. mas: uma abordagem sistêmico-funcional e cognitivista. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 44(1), 94–109. Recuperado de https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/875

Edição

Seção

Gramática Funcional