“Mulheres de Eduardo Galeano”: memória, violência e silenciamento
DOI:
https://doi.org/10.21165/el.v49i3.2663Palabras clave:
modernidade, literatura, violência, Eduardo Galeano.Resumen
Eduardo Galeano (1940/2015), em seu livro de contos Mulheres, publicado em 1997, traz a discussão literária sobre a representação da submissão e violência sofrida pelas mulheres na América Latina. Por exemplo, em “A carícia” e “Pássaros proibidos”, o narrador traduz, no geral, a ditadura militar ocorrida na Argentina e no Uruguai, ao resgatar as vicissitudes de mulheres que, em face de rígidas estruturas políticas, foram silenciadas e esquecidas pela história oficial. De forma velada, em ambas as narrativas, a abrupta modernidade revela-nos estratégias de emudecer os excluídos. Nesse sentido, o nosso objetivo é traçar uma linha de similaridades entre os textos de Galeano e de teóricos contemporâneos, tais como: Ginzburg, Arendt, Benjamin e Crettiez, sublinhando, a um só tempo, um diálogo entre tradição e ruptura; violência e modernidade, a fim de verificar como a literatura ressignifica, criticamente, o discurso histórico.
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