Literatura e fronteira sob a perspectiva translíngue no conto “Los Desterrados” de Horacio Quiroga
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v22i1.3959Palavras-chave:
Fronteira. Translinguismo. Transculturação. Portunhol.Resumo
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre os conceitos de fronteira e translinguagem a partir de uma análise do conto “Los Desterrados” (1926) do escritor Horacio Quiroga. Nesta perspectiva, procuramos analisar a constituição do espaço de fronteira representado na obra como elemento fundamental para a compreensão do ser e estar dos indivíduos que ali vivem. Para tanto, entendemos que é de suma importância ressaltar o conceito de transculturação (Rama, 2008) como objeto da transformação cultural que resulta do contato entre duas culturas diferentes (a argentina, em particular a cultura da chamada selva missioneira, e a brasileira, em particular a chamada de fronteira) e entre suas línguas, respectivamente, português e espanhol. Tomando como base o preceito de que a compreensão da literatura é indissociável da compreensão da sociedade, este trabalho tem também um foco direcionado ao translinguismo ao pensar as questões linguísticas como práticas locais por meio das quais os sujeitos agem no mundo, mais especificamente considerando o portunhol como representativo da consolidação de uma identidade fronteiriça. Para isso, o marco teórico se fundamenta nos seguintes autores: Anzaldúa (1987), Kusch (1989), com a teoria do domicílio existencial; o conceito de translinguismo será tomado especialmente de autores como Canagarajah (2013) e, finalmente, o conceito de transculturação de Rama (2008).
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