Do campo à escola: reflexões sobre a arquitetônica dos discursivos produzidos no contexto de transmissão de saberes tradicionais

Autores

  • Cristiane Dominiqui Vieira Burlamaqui Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v46i3.1698

Palavras-chave:

saberes tradicionais, análise dialógica do discurso, signo ideológico

Resumo

Apresentamos os resultados iniciais da etapa de descrição e análise dos gêneros do discurso emergentes no contexto da transmissão dos saberes de comunidades tradicionais da Amazônia paraense. Utilizamos, como pedra angular de nossas reflexões, a teoria dialógica do discurso. A reflexão, em torno do material linguístico, advindo dos registros, da análise e da descrição dos gêneros do discurso produzidos nas atividades enunciativas que emergem durante o processo da transmissão oral de técnicas tradicionais usadas na apropriação dos recursos naturais – o etnoconhecimento e/ou a Etnociência (DIEGUES, 2008) – possibilita alimentar o debate sobre o problema da relação recíproca estabelecida entre a infraestrutura e a superestrutura, a materialidade discursiva e a vida vivida, e como a relação entre essas quatro instâncias revela fragmentos da vida cotidiana de populações tradicionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristiane Dominiqui Vieira Burlamaqui, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo

Graduada em Letras (2002) e Mestre em Lingüística pela Universidade Federal do Pará (2005). É professora da Secretaria Executiva de Educação desde 2005. E em 2013 ingressa na Universidade do estado do Pará como professora assistente onde coordena, de 2014 a junho de 2016, o subprojeto PIBID: A tecnologia da informação e comunicação no ensino básico: o ensino de português mediado pelo computador. É Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo, tese orientada pela Profª Drª Maria Inês Bastista Campos. É pesquisadora do LATEC-UFRJ e GELPEA-UEPA. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística e Linguística Aplicada atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores de língua materna, as NTICs no ensino de português, multiletramentos, novos estudos do letramento, produção de material didático para o ensino de português e os estudos do círculo de Bakhtin.

Referências

BAKHTIN, M. M. [1895-1975]. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.

BAKHTIN, M. M.; VOLOSHÍNOV, V. N. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

BEZERRA, P. Polifonia. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin: conceitos-chave. 5. ed.

reimp. São Paulo: Contexto, 2014. p. 191-200.

CUNHA, M. C. Relações e dissensões entre saberes tradicionais e saber científico. Revista USP, São Paulo, n. 75, p. 76-84, set./nov. 2007.

DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. 6. ed. São Paulo: Ed. Hucitec, NUPAUB, 2008.

FARACO, C. A. Linguagem e diálogo: as idéias linguísticas do círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

FIORIN, J. L. Categorias de análise em Bakhtin. In: DE PAULA, L.; STAFUZZA, G. (Org.). Círculo de Bakhtin: diálogos in possíveis. Campinas: Mercado das Letras, 2010. (Série Bakhtin: Inclassificáveis; v. 2). p. 33-48.

BRASIL. IBGE: Cidades. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/pa/castanhal/panorama>. Acesso em: 07 mai. 2016.

LÉVI-STRAUSS, C. O pensamento selvagem. Tradução de Tânia Pellegrini. 8. ed. Campinas: Papirus, 1989.

Downloads

Publicado

21-11-2017

Como Citar

Burlamaqui, C. D. V. (2017). Do campo à escola: reflexões sobre a arquitetônica dos discursivos produzidos no contexto de transmissão de saberes tradicionais. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 46(3), 944–957. https://doi.org/10.21165/el.v46i3.1698

Edição

Seção

Análise do Discurso